São Paulo, domingo, 8 de outubro de 1995
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Empreiteiras ajudam a eleger deputado petista

VIVALDO DE SOUSA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Quinto deputado mais votado pelo PT de São Paulo, o advogado Hélio Bicudo foi o único dos eleitos pelo partido no Estado a receber doações de grandes empresas de construção civil para sua campanha à reeleição em 1994.
Sua prestação de contas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) registra doações de R$ 9,1 mil da Construtora Andrade Gutierrez e de R$ R$ 30 mil da Camargo Corrêa. Juntas, essas doações pagaram 77,6% dos gastos de R$ 50.325,00.
``Tenho boas relações com os donos das empresas. Eles me ofereceram contribuições e aceitei", afirmou Bicudo. Segundo ele, sua atuação parlamentar não foi e não será afetada por isso.
"Aceitaria contribuição até da Odebrechet", disse o deputado petista. A Norberto odebrecht foi a segunda grande empreiteira que mais investiu nas eleições do ano passado -superada apenas pela Andrade Gutierrez.
Bicudo afirmou que não vê problemas em ter recebido as duas contribuições. As doações são permitidas por lei e ele as declarou na prestação de contas. Ele disse que nem todos os candidatos declararam os gastos feitos.
A campanha de Bicudo foi paga praticamente com doações de empresas (95% do total recebido). Além da Camargo Corrêa e da Andrade Gutierrez, ele recebeu mais R$ 7.250,00 da Klabin e R$ 1.600,00 da Capital Center Hotéis.
Assim como a maioria dos demais candidatos do PT no Estado, Bicudo fez doações próprias, que totalizaram R$ 1.500,00. Comparado o custo da campanha com os 55.723 votos que ele teve, o custo de cada voto foi de R$ 0,90.
A Andrade Gutierrez deu dinheiro também para outra candidata do PT em São Paulo, a ex-deputada Irma Passoni. Ela recebeu R$ 27.200,00, mas não conseguiu sua reeleição para a Câmara dos Deputados.

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