São Paulo, domingo, 8 de outubro de 1995
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Indústria farmacêutica patrocinou comunista

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), que recebeu de laboratórios farmacêuticos nacionais ajuda para sua campanha, é um dos maiores defensores dos interesses do setor na Câmara. Rebelo recebeu R$ 12 mil de indústrias da área.
Ele tem criticado constantemente o projeto da Lei de Patentes, que vai regulamentar os direitos e deveres da propriedade intelectual de invenções no país. O projeto contraria os interesses da indústria farmacêutica nacional.
O deputado do PC do B é contra a possibilidade de patentear microorganismo e contra a adoção do ``pipeline", mecanismo que vai obrigar o país a reconhecer patente já concedida no exterior, desde que o produto registrado ainda não esteja sendo comercializado.
Rebelo nega ter adotado esta posição após receber ajuda financeira dos laboratórios nacionais, que combatem principalmente esses dois pontos do projeto.
``Sempre tive a mesma opinião. Defendo essas idéias desde 91. Nunca tomamos posição em função de empresa."
Para o deputado, a relação é inversa: setores da iniciativa privada é que buscam apoiar o parlamentar cujas posições coincidem com seus interesses.
``No caso dos laboratórios farmacêuticos nacionais, por exemplo, estas empresas não iriam ajudar a eleger parlamentares que defendem multinacionais", afirma.
Para Rebelo, ``é lícito" que o político receba apoio e ajuda financeira da iniciativa privada, ``desde que ele possa continuar defendendo suas teses e que o apoio ocorra de forma legal".
Rebelo diz ainda que a negociação com a indústria farmacêutica para o financiamento de sua campanha foi feita pelo PC do B.
Ele foi um dos fundadores do Fórum pela Liberdade do Uso do Conhecimento, que luta contra o projeto de ``lei de patentes".

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