São Paulo, domingo, 8 de outubro de 1995
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Empresários defendem bônus

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Marcos Villela de Sant'Anna, reconhece que ainda existem doações sem registro de bônus eleitorais. ``Certamente, ainda há doações não-transparentes", disse.
Sant'Anna afirma que isso ocorre por dois motivos. ``Primeiro, há um monte de `caixa dois'. Não se pode declarar aquilo que não foi declarado. E o nosso não é dos maiores. Segundo, quanto mais escuso o interesse, maior a necessidade de que ele não seja transparente."
Ele avalia por que é necessário esconder certas doações: ``Se tem um governador ou um parlamentar pilantra, a empresa não vai fazer a doação abertamente. Seria uma confissão de conluio".
Sant'Anna afirma que o sistema de bônus não é o ideal, mas já representa uma evolução. ``É muito mais transparente e decente do que a doação por baixo da mesa".
O presidente da CBIC defende um modelo no qual as campanhas eleitorais sejam financiadas pelo Orçamento da União. ``Toda a campanha, de síndico em diante, precisa de dinheiro. É hipocrisia dizer o contrário. Enquanto não se chegar ao modelo ideal, este sistema de bônus é o melhor".

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