São Paulo, domingo, 8 de outubro de 1995
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DEPOIMENTO

Estou namorando o meu futuro marido há sete anos e 11 meses. Ele mora há três comigo, na casa dos meus pais, com meu avô, um tio e três dogues alemães. Vamos nos casar daqui a duas semanas.
Sempre sonhei em me casar na igreja, de véu, grinalda, buquê e festa depois. Quando era criança, colocava um vestido de baile da minha mãe e fingia que estava me casando. Recebia os cumprimentos e conversava sozinha com os convidados imaginários.
Meu futuro marido passou a morar em casa quando quebrou o dedo em uma partida de futebol. Na mesma época, ele foi despejado e meu pai disse que eu seria uma desnaturada se não o acolhesse.
Vivi com ele esse tempo todo, mas não me considero casada. Acho que casar na igreja dá uma responsabilidade muito maior -parece mais definitivo. Mesmo assim, todo mundo deveria morar com o marido antes de casar, para saber como é a cara dele de manhã, o humor, as manias. Me caso agora porque acho que estou preparada.
No começo, meu noivo levou um susto com a idéia do casamento na igreja. Mas agora ele está mais empolgado do que eu. Mal pode esperar.
Fiz questão de entrar na igreja ao som da Grande Marcha (da ópera Aída) e quero tudo documentado com fotos e filmes. Toda mulher sonha em se casar como manda o figurino. Para dar uma idéia, o número de amigas que pediram para colocar o nome dentro do meu sapato (simpatia para arranjar marido) é tão grande que eu teria que entrar na igreja de sapato número 44, bico largo.

A advogada Cláudia Menezes Montabone, 32, se casa em duas semanas.

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