São Paulo, domingo, 8 de outubro de 1995
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Informática requer visão de negócios

VALENTINA DA SILVA NUNES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A popularização dos computadores alterou de vez as profissões da informática. Digitadores, operadores e programadores, que executavam tarefas operacionais e técnicas, hoje estão em baixa no mercado de trabalho.
Em seus lugares, usuários e analistas de sistemas passam a reunir funções e ter atuação mais geral nas organizações.
É exigida cada vez mais visão de negócios, além do trabalho de adequar sistemas de informação às necessidades administrativas específicas das empresas.
Dominar os novos equipamentos (hardware) e programas (software) e ser capaz de atuar em áreas de mercado -sistemas de bancos de dados, serviços da rede Internet, por exemplo- são outras garantias de sucesso na carreira.
A remuneração, nesses casos, pode chegar a R$ 8.000 mensais. Consultorias, escolas de microinformática e empresas que substituem os grandes equipamentos por redes de micro oferecem as melhores oportunidades.
Há espaço também para os profissionais da automação industrial. Eles utilizam conhecimentos de mecânica avançada, de eletrônica e de sistemas de computação para modernizar as operações da produção industrial.
A pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias -atividades próprias dos cientistas da computação- também estão em baixa desde o fim da reserva de mercado de informática, em 1991, quando o Brasil abriu o mercado para a tecnologia importada.
Dados da última pesquisa ``Panorama", da Seplin (Secretaria de Política de Informática e Automação), do Ministério da Ciência e Tecnologia, comprovam essa situação do mercado de trabalho.
Entre as empresas de programas, esse número não ultrapassou 16% do total de funcionários. As melhores opções para os cientistas da computação continuam sendo as universidades.
A tendência para os demais profissionais da informática -técnicos em equipamentos e programas, analistas de sistema e processadores de dados- é prestar serviços como terceirizados -deixam de ter vínculo empregatício e trabalham como autônomos.
Programas de reestruturação de grandes empresas (reengenharia) estão sempre em busca de mais eficiência.
Na área de informática, essa eficiência é obtida com a concentração de tarefas nas mãos de ``multiprofissionais" e com a contratação de empresas especializadas.
``Nos dois casos, só sobrevive quem for extremamente competente", avalia Cláudia Lessa, 49, psicóloga do trabalho e consultora.
``Hoje não basta ser brilhante em informática. O profissional precisa ter capacidade e disposição para entender e propor soluções", diz Paulo Sérgio Diniz Custódio, 50.
Ele dirige a PCA Engenharia de Softwares, especializada em programas para a indústria de papel e celulose e para operadoras de TVs pagas.

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