São Paulo, domingo, 8 de outubro de 1995
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uma escola excepcional

CRISTINA ZAHAR

deficiências cerebrais leves ou graves (a criança não tem movimento coordenado, não fala, não escreve, mas aprende). Não há limite de idade, há alunos de 2,5 a 25 anos.
Eduardo Montans de Sá, 23, começou na escola aos 9. Tem paralisia cerebral. Pelo sistema universal Bliss, composto por mais de 2.000 símbolos, ele abriu seu canal de comunicação com o mundo. Em 1994, lançou um livro de poemas.
Outro sistema usado é o Picture Communication, também com símbolos. "Cada aluno tem sua prancha de símbolos, que pode misturar Bliss, alfabeto e PCS", diz Uchoa.
Programas especiais
Com 30 funcionários, a escola tem seis computadores, mas só quatro funcionam bem. Os programas são criados por pesquisadores das universidades de Campinas (Unicamp) e Federal do Rio. Um deles é o DOS-VOX, destinado inicialmente a cegos. Com feedback oral, permite que a pessoa escreva e corrija seus erros. É nele que Sandra se exercita.
Há também o programa Brain. Tem editor de texto e sistema Bliss acoplados, além de permitir a entrada de som e imagem. Um terceiro programa, o Comu, é um redator de texto com alfabeto estático. É possível localizar as letras e formar frases.
Com o método, Ana Lúcia de Barros, 25, escreveu três livros de histórias, já publicados. Como não tem movimento nas mãos, usa acionador do programa, colocado na altura de seu ouvido esquerdo. Movendo a cabeça, faz o cursor "pular" pelas letras até formar a frase.
A Quero-Quero adota, em terapia, o método neuroevolutivo criado pelo casal inglês Bobath, que tenta corrigir reflexos causados pelas lesões, visando a evolução motora. "Também fazemos reeducação postural", diz Uchoa. Há casos de recuperação ou reversão parcial de lesões. Mas a meta maior é garantir a comunicação das crianças.

FICHA
Associação Educacional Quero-Quero. R. Poconé, 720, Sumaré. Tel. (011) 262-2724.

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