São Paulo, domingo, 8 de outubro de 1995
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uma escola excepcional

por Cristina Zahar

CRISTINA ZAHAR
FOTOS ANA OTTONI

Sandra Mara Oliveira nasceu de "parto complicado". Engoliu líquido, teve febre. A mãe, Vera, percebeu algum problema, mas ninguém lhe disse nada. Quando Sandra fez dois meses, diagnosticaram paralisia cerebral. Vera, empregada doméstica, ficou desesperada. Levou a filha à Associação de Assistência à Criança Defeituosa para confirmar o diagnóstico. A menina deixou a entidade aos 5 anos, para ingressar em escola normal. Não funcionou.
Hoje Sandra tem 17 anos. Com um adaptador de cabeça, controla com desenvoltura o teclado do microcomputador no qual trabalha diariamente. Também aprendeu a falar e sua coordenação melhorou muito. "Ela tem mais consciência das coisas", confirma a mãe.
O segredo? Muito trabalho e dedicação. Foi isso o que Sandra encontrou na Associação Educacional Quero-Quero, escola para excepcionais no Sumaré (zona oeste de São Paulo). Há dez anos, é bolsista integral, o que só foi possível porque a entidade recebe doações e tem outros alunos que podem pagar.
Sua rotina é dura. De manhã, das 8h às 12h, Sandra frequenta as aulas. À tarde, das 13h30 às 17h30, recebe atendimento clínico, que inclui psicologia, fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia. Nos finais de semana em casa, pinta panos de prato com a ajuda da mãe, coisa impossível há alguns anos.
Assim como Sandra, outros 41 alunos frequentam a Quero-Quero em tempo integral. Mais dez submetem-se apenas à parte clínica, à tarde. Os preços não são baixos: R$ 440 por mês mais R$ 22 por sessão de terapia. Mario Lucio Uchoa Andrade, 45, diretor executivo, diz que o problema da entidade é financeiro.
"Ganhamos um terreno de 12 mil m2 em Carapicuíba (22 km a oeste de São Paulo), para onde queremos transferir o centro de reabilitação. Estamos batalhando patrocínio para a obra", diz. O projeto, orçado em R$ 1 milhão e com área construída de 3.000 m2, já está pronto. Se houver dinheiro, a previsão é de que ele esteja pronto em dois anos.
Fundada há 18 anos por um casal que tinha um filho com problemas, a Quero-Quero atende crianças com

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