São Paulo, domingo, 8 de outubro de 1995
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policiais corruptos são o alvo

LUIZ CAVERSAN

Até dia 22 de setembro, foram registrados 75 sequestros no Rio de Janeiro. Um número assustador, levando-se em conta que durante o ano de 94 ocorreram 82 crimes dessa natureza.
Apesar de os sequestros projetarem negativamente o Rio de Janeiro para todo o país e o exterior, eles não são a principal preocupação do delegado Hélio Luz.
O aspecto que mais o incomoda é que, de todos os crimes praticados na cidade, um número considerável -não há estatísticas confiáveis a respeito- conta com a participação direta e indireta de policiais civis.
Luz acredita que, com a renovação dos quadros e a pressão sobre o comportamento policial ("ninguém quer perder a arma e a carteirinha", diz), é possível mudar este quadro.
Mas há um inimigo forte demais até para a teimosia de Luz: o tráfico internacional.
"O sucateamento da polícia estimulou os bandidos a terem este armamento fantástico", diz, referindo-se às metralhadoras e fuzis de última geração. "O mercado internacional favorece isso. As armas são procedentes dos Estados Unidos e da Europa, de países que se preocupam muito com o pó que vai para lá. Mas não se preocupam com as armas que saem. É evidente que há uma troca indireta de drogas por armas. Só um ingênuo não vê isso. Se os Estados Unidos querem mesmo combater a entrada de drogas no país deveriam primeiro controlar a saída de armas."
L.C.

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