São Paulo, domingo, 8 de outubro de 1995 |
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'Vida Privada' é mais que o melhor da TV
SÉRGIO DÁVILA
A "Terça Nobre" que a TV Globo exibe uma vez por mês, às 21h30, indica caminhos, dá exemplo de respeito ao telespectador. É uma ilha de excelência que de vez em quando a TV oferece a seu incauto público, acostumado com qualquer -qualquer mesmo- coisa. Está no nível de "Agosto" e "Engraçadinha", para citar duas produções recentes da emissora carioca. E o episódio da semana passada, "Mãe É Mãe", só confirma a tese. O segredo? Não há segredo. A fórmula é antiga, tão antiga quanto o indiozinho da extinta Tupi: boas histórias, bons atores e boa direção, em formato e horário agradáveis. Marieta Severo e Marco Nanini à frente de um humorístico parece covardia. Mas a dupla estava especialmente engraçada. Marieta mais, como a mãe óbvia e padrão que embalou a infância de muito marmanjo. Os velhos textos de Luis Fernando Verissimo, a base de "Comédia", dão à classe média um status, uma dimensão que ela jamais imaginou -mesmo porque acharia isso "brega" ou "demodê". "Mãe É Mãe" começa com Marieta grávida e seu marido, Nanini, numa final de futebol; termina com sua nora grávida, e os futuros avós no estádio. No meio disso, desfilam seu divórcio, a criação do filho (a primeira namorada, vestibular, curso no exterior e festas de aniversário incluídos), os amantes, as brigas. "Rissole frio é um veneno", "O gol justifica os meios", "Pra que outra vó, uma só não basta?" são algumas frases pinçadas. Mas uma cena resume tudo: a mãe interrompe o alistamento militar do filho para dizer ao sargento que "o menino é muito enjoado para comer, vai dar um trabalhão. Pergunta: é difícil fazer algo parecido ou, na falta de idéias, pelo menos copiar com competência? Texto Anterior: O filho do controle remoto Índice |
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