São Paulo, segunda-feira, 9 de outubro de 1995 |
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Banda de Supla abre o show do Motorhead
DANIELA FALCÃO
Supla é vocalista da Psycho 69 (ex-Mad Parade), banda nova-iorquina formada em setembro de 1994 e rotulada pelos próprios integrantes como sendo de ``metal-punk-core". A banda acabou de gravar seu primeiro disco, que será lançado apenas no Brasil pela Primal (braço roqueiro da gravadora Velas). ``Recebi o convite e aceitei na hora. Queríamos muito que o disco estivesse à venda antes do show em São Paulo e gravamos tudo em duas semanas", disse Supla. Em Nova York, a Psycho 69 tem um público pequeno, mas fiel. Desde maio, a banda vem se apresentando com frequência em casas de rock alternativo no East Village como o Continental, CBGB e Coney Island High. Os outros três integrantes da Psycho 69 -Steag (guitra), François (baixo) e Louie Gasparro (bateria)- já tocavam juntos antes da chegada do brasileiro. ``Conheci o Steag quando eu tinha 17 anos e ele já era bom. Nos encontramos de novo logo que cheguei em Nova York e conheci o resto da banda. Eles estavam precisando de vocalista e eu me ofereci na hora. Sabia que a gente iria se dar bem", conta. Todas as letras das 11 músicas da banda foram compostas em conjunto por Supla e Gasparro. A maioria fala sobre a vida em Nova York: racismo, pobreza, drogas. Supla trocou São Paulo por Nova York há 1 ano e 6 meses para ``redescobrir o prazer de tocar". ``Tinha contrato com uma gravadora e, se quisesse, poderia continuar no Brasil fazendo shows e ganhando dinheiro. Mas eu não estava satisfeito e resolvi largar tudo e vir para Nova York." Antes de começar a tocar no Psycho 69, Supla teve que trabalhar como mecânico em oficina de motos (sua segunda paixão depois da música), jogador de futebol e de hóquei e vendedor de loja. ``Tinha um dinheiro economizado, mas tive que ralar muito. Mesmo agora que damos shows quase toda semana, ainda tenho que fazer bico para conseguir sobreviver." Além de ``voltar a tocar com prazer", Supla conta que foi ótimo virar um anônimo em Nova York. ``Aqui ninguém sabe quem é meu pai ou minha mãe. Ninguém liga se meu cabelo está pintado de preto, laranja ou loiro. Isso foi um alívio." Anônimo Apesar de garantir que está adorando a vida de anônimo, Supla não esconde sua ansiedade em ver a Psycho 69 ``estourar". ``Não tenho do que reclamar porque acho que a gente está conseguindo tudo até rápido demais. Mas estou super ansioso para ver como o público brasileiro vai receber a gente." Para o ano que vem, além do trabalho com o Psycho 69, Supla planeja voltar a se dedicar à carreira solo. ``Tenho composto bastante em português. Mas esse é um trabalho que não tem nada a ver com o Psycho 69. Eu chamo de bossa furiosa, porque é uma mistura de bossa nova com rock, meio pós-tropicália. Quando voltar do Brasil, quero voltar a me dedicar a esse lado solo." Texto Anterior: Paço das Artes recebe dose de tecnologia Próximo Texto: Transmissão ao vivo dá frescor ao enlatado Índice |
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