São Paulo, segunda-feira, 9 de outubro de 1995
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Nova bomba explode perto de Paris

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS*

Uma bomba explodiu ontem em um entroncamento ferroviário nos arredores de Paris. Não havia trens passando no momento, e ninguém ficou ferido.
A polícia está apurando a possível ligação da explosão com os atentados feitos supostamente por grupos islâmicos na França nas últimas semanas. Desde julho, os ataques já mataram sete pessoas e feriram mais de 130.
Segundo o Ministério do Interior, a bomba danificou os trilhos e os fios que levam eletricidade aos vagões. O explosivo estava em um botijão de gás ou em um extintor de incêndio.
Botijões de gás com pregos e outras peças de metal têm sido o invólucro mais frequente usado nos últimos atentados.
A explosão aconteceu no subúrbio de Marly-le-Roi, entre 3h15 e 4h40 da manhã de ontem (11h15 de anteontem e 0h40 de ontem em Brasília). Segundo a Sociedade Nacional das Estradas de Ferro, que administra a linha, a explosão não teria força para descarrilar um trem que passasse por lá.
Nenhum grupo assumiu a autoria da explosão até o final da noite de ontem (tarde no Brasil). O Grupo Islâmico Armado (GIA), entidade fundamentalista argelina, tem se identificado como responsável pelas explosões anteriores e prometeu cometer mais atentados.
O GIA acusa a França de apoiar o governo militar que tomou o poder na Argélia após anular eleições vencidas por fundamentalistas.
O governo francês reconheceu a autenticidade do comunicado do GIA divulgado no sábado, que reivindica a autoria dos atentados ocorridos este ano na França, segundo emissoras de rádios e TV francesas.
O governo francês, no entanto, diz que ainda não pode se pronunciar sobre o documento, assinado por Abu Abderrahmane Amine, conhecido como Jamal Zituni, líder de uma das maiores facções dos GIA.
O comunicado assinado pelo GIA foi enviado no sábado a agências de notícias ocidentais, no Cairo (Egito).
O documento reivindica para os GIA a autoria de todos os atentados deste ano, diz que os ataques vão prosseguir e exige que o presidente francês, Jacques Chirac, se converta ao islamismo.
A carta do GIA diz também que a conversão de Chirac foi exigida numa carta datada de agosto. O governo francês também não comenta o recebimento da carta.

*Colaborou VINICIUS TORRES FREIRE, de Paris

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