São Paulo, terça-feira, 10 de outubro de 1995
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Tesoureiros da eleição de 94 foram ``muito econômicos", ironiza PC

XICO SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário Paulo César Farias, o PC, disse que os valores declarados pelos tesoureiros das campanhas eleitorais do ano passado mostram que eles foram ``muito econômicos" nos gastos.
PC lembra que, como tesoureiro da campanha de Fernando Collor (1989) e com a ajuda que deu a candidatos a governadores e deputados (90), arrecadou US$ 170 milhões (R$ 163 milhões, hoje).
Esse valor é mais alto do que a soma dos valores declarados das campanhas do presidente Fernando Henrique Cardoso e dos políticos eleitos em 13 Estados -R$ 125 milhões, conforme a Folha revelou anteontem.
A avaliação de tesoureiros eleitorais é que os gastos declarados normalmente são inferiores aos custos reais das campanhas.
``Não quero generalizar, mas acho que a hipocrisia continuou correndo solta também nas eleições do ano passado", disse PC, que tem na sua biografia o fato de ser o primeiro tesoureiro de campanha condenado no país.
O empresário cumpre pena de sete anos, em regime semi-aberto, no Quartel do Corpo de Bombeiros em Maceió. Foi condenado por crime de falsidade ideológica -movimentação de contas bancárias ``fantasmas".
PC disse ainda que o caderno Eleição S/A mostrou que os principais doadores das campanhas do ano passado são os mesmos que despejaram dinheiro nas eleições de 1989 e 90.
``Quase todo aquele pessoal correu espontaneamente para colaborar com as nossas campanhas", disse o ex-tesoureiro. ``Era dinheiro que não acabava mais".
Em 90, PC conta que ajudou, a pedido do ex-presidente Collor, a arrecadar recursos para campanhas de candidatos como Joaquim Francisco (eleito governador de Pernambuco pelo PFL) e Geraldo Bulhões (eleito pelo PSC-AL).
Essa ajuda de PC incluiu ainda um grupo de parlamentares (candidatos a deputados e senadores) em vários Estados. Ele não lembra a quantidade.

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