São Paulo, terça-feira, 10 de outubro de 1995 |
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Socióloga mostra falhas de Secretaria do Menor
FERNANDO ROSSETTI
A secretaria foi criada em 87, no governo Quércia, para instituir um novo paradigma na relação com crianças e adolescentes. Contrapondo-se a uma visão ``assistencialista-repressora", presente nas políticas governamentais na área desde 1964, a Secretaria do Menor nasceu com ideal ``humanista, de garantia de direitos". Pela nova mentalidade, em vez de prender meninos e meninas de rua, deve-se criar espaços onde eles possam se integrar à sociedade espontaneamente (como as casas abertas); no lugar de dar assistência, deve-se ensinar a criança a ``andar com as próprias pernas". Então começaram os problemas. O primeiro foi a sociedade, que vê nos garotos pobres uma ameaça. ``A Secretaria da Segurança Pública acusava a Secretaria do Menor de ser condescendente com jovens infratores", diz Elisabete. ``Faltou uma estratégia de comunicação com a sociedade para mudar a mentalidade com relação aos menores", afirma. Mas o problema mais sério -abordado na conclusão da dissertação- foi que a Secretaria do Menor foi criada sem que fosse feita uma reforma administrativa. Assim, quando, em 1990, a Febem (onde os menores infratores são detidos) passou para a alçada da Secretaria do Menor, houve conflito: toda a hierarquia, os funcionários e forma de agir da Febem foram mantidos. O choque foi tão grande que, em 1992, a secretaria simplesmente deixou de existir. (FR) Texto Anterior: Fundação Chitãozinho e Xororó subsidia volta de crianças à família Próximo Texto: Santas Casas decidem cobrar consulta em SP Índice |
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