São Paulo, terça-feira, 10 de outubro de 1995
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Decisão diminui pressão sobre o governador

ROGERIO WASSERMANN
DA REPORTAGEM LOCAL

A liminar concedida ontem suspendendo a concorrência para o programa antipoluição da prefeitura pode ser recebida como um alívio pelo governador Mário Covas.
Ele havia sido colocado como figura central da polêmica que envolve o programa antipoluição, apesar de não ser responsável nem pela concorrência da prefeitura nem pelo próprio convênio, assinado na gestão anterior.
O convênio foi firmado em 94 entre o ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho e o prefeito Paulo Maluf. Ele passou do Estado para a prefeitura a responsabilidade por realizar testes de emissão de poluentes nos veículos a partir de 96.
O rompimento do convênio vinha sendo apontado como única alternativa para impedir a concorrência da prefeitura.
Seu cancelamento permitiria ainda a implantação do programa previsto pela Cetesb, órgão do Estado que controla a poluição, em 48 municípios do Estado. O da prefeitura abrange só a capital.
Técnicos da Cetesb vinham questionando o programa da prefeitura, alegando que este inviabilizaria a implantação do sistema nos demais municípios do Estado.
A Cetesb fez um relatório em que pede o fim do convênio, apontando algumas irregularidades em seu texto. A presidência da Cetesb tenta amenizar o fato, dizendo que a opinião dos técnicos não reflete a da empresa.
Na semana passada, uma circular interna determinou que os diretores parassem de dar entrevistas. Qualquer declaração deveria ser feita pela assessoria de imprensa.
O próprio secretário estadual do Meio Ambiente, Fábio Feldmann, um dos principais adversários do convênio, tem evitado atacá-lo nas últimas semanas para diminuir a pressão sobre o governador.
Mesmo que rompa o convênio, o governador corre o risco de sofrer desgaste político. Covas pode perder o apoio dos deputados ligados a Maluf na Assembléia.
(RW)

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