São Paulo, terça-feira, 10 de outubro de 1995
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Bate-lata dançante nasceu na Bahia

LUIZ CAVERSAN
DA SUCURSAL DO RIO

A Bahia é talvez o mais musical dos Estados brasileiros, Salvador como capital do ritmo. O entrecruzamento de raças e a força do candomblé (religião de origem africana) contribuem muito para isso.
Berço do samba, inspiradora do tropicalismo, pátria dos trios elétricos e suas marchas alucinadas, dos blocos afro que cultuam de uma maneira às vezes radical suas origens, a Bahia viu surgir há dez anos um movimento mais amplo, popular e totalmente dançável que foi rotulado de "axé-music".
"Axé" é a palavra que simboliza o fundamento mágico do candomblé. Pode também significar sorte, alegria, bons fluidos. Logo virou sucesso no Brasil todo.
Em suas origens, com Brown batendo lata no bairro do Candeal, o movimento se disseminou por meio de artistas como Luiz Caldas, Gerônimo, Jorge Portugal, Vevê Calazans, Bel Machado, Walter Queirós e -verdadeiro furor na mídia- Daniela Mercury.
Oriundo do grupo, Brown se diferenciou pelo caráter mais popular e comunitário de seu trabalho, concretizado na Timbalada, grupo formado por volta de 1989.
Como ele mesmo já disse, "a Timbalada é um serviço de animação popular, que serve para resgatar a arte da rua".
Envolve gente de todas as camadas da população, que, ao som dos timbaus -instrumento de percussão-, percorrem caminhos musicais que vão do samba ao reggae, passando pelo xote, merengue, ijexá (afro) e até mesmo rock e funk. Nada mais pop no sentido mais amplo do popular.
(LC)

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