São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 1995
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Trilogia "Guerra nas Estrelas é relançada

BIA ABRAMO
DA REPORTAGEM LOCAL

Na aurora da era digital, como preconizam alguns futurólogos, a trilogia "Guerra nas Estrelas já soa um tanto ingênua. Justamente esse o seu encanto.
"Guerra nas Estrelas, "O Império Contra-Ataca e "O Retorno de Jedi estão sendo relançados em vídeo, com um olho no mercado de venda direta. Afinal, quem viu e amou "Guerra nas Estrelas em 77 tem hoje entre 25 e 40 anos e poder aquisitivo.
O sucesso da trilogia é um daqueles fenômenos da indústria cultural estão instalados profundamente no imaginário do século 20. Ronald Reagan, o canastrão de Hollywood que foi presidente dos EUA nos estertores da Guerra Fria, se referia à União Soviética como o Império do Mal.
George Lucas não apenas achou uma mina de ouro com a série como devolveu a diversão infanto-juvenil descompromissada ao cinema. De volta a 77, ano de estréia de "Guerra nas Estrelas, o grosso da produção hollywoodiana alternava o cinema-catástrofe com melodramas familiares, dobradinha que afugentava as crianças e adolescentes das salas de cinema.
Difícil separar todos os elementos que fizeram de "Guerra nas Estrelas um filme memorável. O apelo B, inspirado nos velhos seriados para o cinema dos anos 40, como Flash Gordon, e séries televisivas de ficção científica, como Jornada nas Estrelas. A estrutura de conto de fadas. Harrison Ford. Os robôs humanóides, R2-D2 e C3PO. A voz metálica e sinistra de Darth Vader (do ator James Earl Jones). As naves interestelares.
O fato é que, dessa mixórdia que ainda conta com um misticismo meio zen ("que a Força esteja com você) e com peripécias capa-e-espada para Errol Flynn nenhum botar defeito, Lucas conseguiu criar quase que uma mitologia particular. Isso sem falar dos efeitos especiais, que, mesmo 18 anos e muita tecnologia mais tarde, ainda são de tirar o fôlego.
Em segundo lugar, por que a simplicidade do roteiro, que vai se complicar e muito nas duas continuações, deixa espaço para o deslumbramento visual (que a crítica norte-americana Pauline Kael comparou à experiência de levar crianças no circo).
Lucas ainda antecipou o que iria ser bastante explorado no cinema de terror e ficção científica das décadas seguintes: o charme incomparável de andróides e monstros. A verdadeiras estrelas do filme são os robôs R2D2, uma unidade computadorizada que se comunica por bipes eletrônicos, e C3P0, um andróide dourado com ares aristocráticos. E Chewbacca, um macacão peludo, compete com o Han Solo de Harrison Ford.

Filme: Guerra nas Estrelas
Direção: George Lucas
Produção: EUA, 1977
Elenco: Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fischer, Alec Guinless

Filme: O Império Contra-Ataca
Direção: Irvin Kershner
Produção: EUA, 1980

Filme: O Retorno de Jedi
Direção: Richard Marquand
Produção: EUA, 1983
Distribuição: Abril

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