São Paulo, quinta-feira, 12 de outubro de 1995
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Superávit de setembro é de US$ 500 milhões, diz Malan

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O Brasil teve em setembro superávit ``em torno de US$ 500 milhões" na sua balança comercial, disse ontem o ministro da Fazenda, Pedro Malan.
Ele divulgou em Washington os números do desempenho comercial brasileiro, durante discurso à plenária da 50ª reunião anual conjunta do FMI (Fundo Monetário Internacional) e Bird (Banco Mundial).
Malan discursou pouco antes do presidente dos EUA, Bill Clinton. Ele falou em nome de 23 países do grupo latino-americano do FMI.
A referência ao superávit na balança foi feita durante argumento de que ``observadores internacionais devem olhar para medidas temporárias de emergência (adotadas pelo Brasil) sob uma ótica construtiva".
Malan disse que ``não deve haver dúvidas de que a política de liberalização do comércio exterior no Brasil vai continuar".
Segundo ele, os superávits na balança comercial em agosto e setembro mostram que a tendência de déficits registrada de novembro de 1994 a junho de 1995 está sendo revertida.
``O grande desafio enfrentado agora pelo meu país na área econômica é adquirir estabilidade numa base de longo prazo e taxas anuais de inflação de um dígito, de maneira gradual, mas firme", afirmou Malan.
Em nome do grupo latino-americano, o ministro brasileiro apoiou a proposta de fortalecer mecanismos internacionais de consulta e coordenação entre governos para evitar crises como a do México, no final de 1994.
Ele também disse ser necessário dobrar as cotas de participação dos países membros do FMI.
Mais tarde, em entrevista coletiva, Malan afirmou estar seguro de que ``vai haver aumento de cotas". Mas disse não saber quando nem em que dimensão.
Na avaliação de Malan, os Estados Unidos não se opõem a esse aumento; apenas discordam da conveniência de fazê-lo agora, devido ao momento político incômodo para o presidente Bill Clinton, em minoria no Congresso e às vésperas de tentar sua reeleição.

Otimismo
No final de seu discurso, Malan disse que estava levando aos participantes ``uma mensagem de otimismo em relação ao Brasil e à América Latina, mas não de otimismo ingênuo".
``Estamos cientes, com grande senso de humildade, dos desafios que restam adiante, tanto no setor doméstico quanto no internacional. No entanto, é ainda maior a nossa confiança no futuro da região."

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