São Paulo, quinta-feira, 12 de outubro de 1995
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Filme inverte papéis raciais

ESPECIAL PARA A FOLHA

Potencialmente explosivo, "White Man's Burden" é um misto de farsa, thriller e alegoria política que se desenrola numa espécie de realidade paralela.
Nesse cenário, os negros são a classe dominante, vivendo em mansões luxuosas em bairros exclusivos e controlando o poder, a indústria e a polícia, enquanto os brancos labutam em subempregos e vivem em guetos infectos assolados por gangues, violência e drogas.
Neste mundo às avessas, a TV mostra rostos uniformemente negros, e todos os bonecos nas lojas de brinquedos são negros -os raros brancos estão sempre em liquidação, rejeitados pelos consumidores.
Os ricos (negros, é claro) exercitam sua caridade em desfiles beneficentes de moda (com modelos negras e roupas de inspiração africana) com renda revertida para obras de assistência aos menores brancos desamparados.
No fiapo de história que costura essa metáfora, Travolta é o operário injustamente despedido que resolve se vingar sequestrando o dono da fábrica (Belafonte).
O personagem de Belafonte é um homem que acredita ser um liberal, mas que está convencido de que os brancos são "geneticamente inferiores, "responsáveis pela própria miséria" e "impossíveis de serem recuperados".

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