São Paulo, sexta-feira, 13 de outubro de 1995 |
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<UN->O espetáculo "Não dá para Fugir Disso" estréia hoje<UN>
CRISTINA GRILLO
Espetáculo: Não dá para fugir disso Com: grupo Os Mulheres que Apontam e coreografia de Miguel Falabella Quando: quintas, sextas às 19h, sábados às 21h e domingos às 20h. Onde: teatro Nelson Rodrigues (av. Chile, 230) Quanto: R$ 15 A última do Miguel Falabella: agora ele também é coreogáfo. Com a estréia hoje no Rio do espetáculo ``Não dá Para Fugir Disso", do grupo Os Mulheres que Apontam, o ator-escritor-apresentador inicia-se em outra área. De uma maneira anárquica e bem humorada, ele faz questão de frisar. ``Não tenho a técnica, mas a intuição. Por isso digo ao pessoal do grupo que estamos criando a escola `fantochética' de dança", diz Falabella. A ``escola fantochética" tem sua nomenclatura própria. O nome vem de um passo criado pelo novo coreográfo -o fantochê, um movimento inspirado na desarticulação dos fantoches. Os 11 bailarinos da companhia estranharam a princípio. Acostumados com o rigor clássico do corpo de balé do Teatro Municipal do Rio, do qual fazem parte, achavam esquisito fazer passos como o fantochê, o carne seca ou o pullmann -assim chamado por Falabella porque ``parece um rocambole Pullmann." Os bailarinos também estranhavam a cada vez que Falabella subia ao palco, dançava ensinando aos bailarinos a sua coreografia, mas depois não sabia repetir os movimentos que havia feito. ``Tenho uma noção de ritmo rara e crio explosivamente. O problema é que depois tenho dificuldade para repetir o que fiz." O problema foi resolvido com a ajuda de Cristiana Lara Resende, uma coreóloga (especialista em escrever coreografias). A partir daí, os movimentos de Falabella puderam ser reproduzidos. ``Não dá para Fugir Disso" é um espetáculo baseado em músicas de Cole Porter. Sonetos da poetisa Florbela Espanca fazem a ligação entre as cenas. ``Estou apaixonado por Florbela desde que comecei a pesquisar sua obra para um espetáculo com Zezé Polessa", diz Falabella, revelando mais uma produção em curso. ``Não dá para Fugir Disso" foi financiado por Falabella. ``Gastei R$ 50 mil nisso. Acho que nunca mais vou parar de trabalhar com dança. Resolvi arriscar. Se cair, do chão não vou passar." Texto Anterior: 'Johnny Mnemonic' converte conto cyberpunk em filme de ação vulgar Próximo Texto: Zagallo Véio é que dá bom caldo?! Índice |
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