São Paulo, sábado, 14 de outubro de 1995
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Processo contra vice do Equador revela rede de corrupção no país

NEWTON CARLOS
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

O processo e a ordem de prisão contra o ex-vice-presidente do Equador Alberto Dahik, acusado de apropriação indevida de dinheiro público e enriquecimento ilegal, fortaleceram sentimento já existente, a desilusão dos equatorianos com todo o sistema político.
Também caíram o ministro das Finanças, Mauricio Pinto, e o secretário de Imprensa, outro beneficiário de verbas secretas da Presidência. Pinto, além de ajudar um parente a sonegar impostos, era quem autorizava transferências de fundos que enriqueciam Dahik.
Os escândalos mobilizaram sindicatos e entidades de defesa dos direitos humanos e resultaram na criação de movimentos ``de cidadania" com o objetivo, segundo o dirigente sindical Gabriel Moreta, de garantir que Dahik não escaparia da punição e perda o mandato.
Um dos grupos mais atuantes se chama Mãos Limpas, nome da operação do Judiciário italiano que colocou em xeque o establishment político da Itália.
Outro, os Cidadãos Contra a Corrupção, instalou um ``tribunal popular" em Guayaquil, a maior cidade do Equador.
O comandante do Exército, general Paco Montayo, apoiou essas ações. Embora ache que ``as altas estruturas do Estado não atendem aos reclamos da sociedade", o general descartou um golpe.
O ex-presidente Rodrigo Borja em meio a discursos falando de ``podridão e corrupção", defendeu uma assembléia constituinte que substitua o vice e o próprio presidente, até novas eleições.

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