São Paulo, domingo, 15 de outubro de 1995
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São Paulo vive superoutubro cultural

DANIELA ROCHA
EDITORA-ASSISTENTE DA ILUSTRADA

Outubro em São Paulo é o supermês: tempo de espantar tédio, preparar os ânimos e pôr a mão no bolso. Três megaeventos internacionais acontecem na cidade.
Nesta semana, começam o Free Jazz Festival (dia 17) e a 19º Mostra Internacional de Cinema (dia 19). O 5º Festival Internacional de Artes Cênicas começou no dia 6, mas ainda terá 23 espetáculos apresentados até o final do mês.
Há ingresso para todos os eventos, com exceção do show do Stevie Wonder e Sounds of Blackness, dia 21, no Palace.
Prevendo a demanda, a organização do festival programou um show extra com o cantor americano e Gilberto Gil no dia 22, na pista de atletismo do Ibirapuera, que, até o momento, vendeu 30% dos 37 mil lugares disponíveis.
Na Mostra Internacional de Cinema, cem assinaturas (carteira que dá acesso a todos os 200 filmes que serão exibidos) foram vendidas em dois dias.
O grande destaque da abertura será a exibição do filme "A Flor do Meu Segredo", com a presença do cineasta espanhol Pedro Almodóvar. No dia 21, a mostra e a Folha promovem um ciclo de debates no auditório do Masp com Almodóvar e as atrizes Marisa Paredes e Rossy de Palma (do filme "A Flor do Meu Segredo").

Excesso
Com tantas opções, muita gente não conseguiu definir o que fazer. O VJ Casé Pecine, 27, só comprou ingresso para o show do Stevie Wonder no Ibirapuera. "Detesto ficar me planejando com antecedência", diz.
A modelo, atriz e bailarina Ondina de Castilho, 25, comprou ingresso para ver todas as peças do Festival de Artes Cênicas, mas ainda não se programou para a Mostra de Cinema. "Não sei como fazer, mas quero ver tanto as peças como os filmes da mostra e os shows do Free Jazz."
Existem até os que se irritam com tantas opções. "É um excesso tudo isso acontecer ao mesmo tempo. Parece uma corrida para entrar no Primeiro Mundo", diz o produtor de TV Daniel Benevides, 30, que só garantiu ingresso para ver o show do Al Green, dia 18.
Os ingressos mais caros são os do Free Jazz, que variam de R$ 60 a R$ 160. Mas isso não abalou o engenheiro civil Alberto Fuks, 32. "Ainda não comprei nenhum ingresso, mas, se for preciso, compro até de cambista para ver os shows", afirma Fuks, que garantiu apenas a assinatura da mostra. Quem também selecionou os shows do Free Jazz foi o artista plástico Fernando Zarif. "Outubro é um mês maravilhoso em São Paulo, mas o Free Jazz tem prioridade total, sintetiza tudo o que está rolando na música."

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