São Paulo, domingo, 15 de outubro de 1995 |
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'Não quero mais mulher que dá baixaria'
MAURICIO STYCER
``Ela fazia isso a toda hora. Batia o telefone quando me via conversando com outra mulher, me arranhava o peito. Se achasse que eu estava olhando para outra mulher num bar, ou me dava um tapa na cara ou dava as costas e ia embora", conta Melo, 26. ``Fiquei um ano tentando moldá-la, mas desisti. Não quero mais saber de mulher que dá baixaria", acrescenta o administrador. O medo de um escândalo feminino também assusta Nelson Salerno, supervisor de uma central de atendimento. ``Conheci uma menina, conversamos e combinamos de sair. Aí, um amigo me falou: `Cuidado, ela é muito escandalosa.' Era só o que me faltava. Não saí", conta Salerno, 33. As chamadas mulheres histéricas assustam até mesmo um ``don Juan" como o minerador Ademar Café Fernandes, que afirma ter catalogado 450 mulheres conquistadas, até 1989. ``Cansei de anotar os dados e parei", explica. ``Topo tudo, menos uma que dá ataque histérico. Aí, eu fujo"', diz Fernandes, 41. Outro conquistador profissional, o vendedor André Luiz de Magalhães, tem até uma teoria para explicar por que rejeita mulheres conhecidas por serem escandalosas. ``A histérica, normalmente, é uma mulher incompreendida. Se você entendê-la, ela vai se apaixonar por você e aí você acabará sendo mais uma vítima dela", diz. Entre todos os homens entrevistados pela Folha, apenas o administrador Alexandre Alves, 32, disse que não rejeitaria uma mulher mesmo se soubesse que ela já deu ataques histéricos em público. ``Levaria ela de outra maneira, com mais carinho e com mais jeito", explica. Alves também não vê problemas em se relacionar com mulheres que já saíram com garotos de programa ou que participaram de sexo em grupo. ``Não vou ficar perguntando isso, fazendo enquete, logo na primeira vez", diz. (MSy) Texto Anterior: Livro sintetiza ódio à mulher Próximo Texto: São Paulo vive superoutubro cultural Índice |
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