São Paulo, domingo, 15 de outubro de 1995
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Presidente nega benefícios no Flamengo

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Flamengo, Kleber Leite, afirmou ontem que a Klefer, empresa de publicidade da qual é dono, presta uma colaboração não-remunerada ao clube.
Essa colaboração seria ``logística" -basicamente, a preparação dos painéis de publicidade nos estádios em que o Flamengo atue.
Segundo Leite, apesar de dispor de uma ``razoável" estrutura de marketing, o clube não tem condições de cuidar dessa parte, mas apenas dos contatos comerciais.
O presidente do Flamengo nega que obtenha vantagem pessoal com a transferência de partidas do Brasileiro em que o clube tem o mando de campo para estádios fora do Rio de Janeiro.
No domingo passado, a Folha publicou reportagem afirmando que a realização de jogos do Flamengo nos estádios da Ressacada, em Florianópolis (SC), Engenheiro Araripe, em Vitória (ES), e Mané Garrincha, em Brasília (DF), beneficiou Leite, que seria um dos sócios da empresa Traffic.
O texto afirmava que, nesses estádios, a Traffic detém os direitos de comercialização das placas.
O presidente do Flamengo disse que a Traffic tem esses direitos em apenas três estádios brasileiros -o Morumbi (São Paulo), o Mineirão (Belo Horizonte) e o Caio Martins (Niterói-RJ)- e não em 59, como dizia a reportagem.
Leite afirmou ainda não ser sócio da Traffic e sim dono da Klefer. Segundo ele, as duas empresas têm uma ``sociedade operacional", atuando juntas em ``vários desenvolvimentos".
O dirigente disse que os contratos entre o Flamengo e as empresas interessadas em fazer publicidade em jogos do clube são negociados diretamente entre as partes, sem intermediação da Traffic, da Klefer ou de qualquer empresa.
Leite afirmou que a estrutura de marketing do Flamengo faz o clube prescindir da intermediação de uma empresa ``por um fato só: o presidente do clube já ter uma estrutura montada, sem que tenha que cobrar nada por isso".
Ele citou o caso da partida Flamengo x Botafogo, realizada no estádio Castelão, em Fortaleza (CE): ``Eu, pessoalmente, liguei para a Petrobrás e para a Pepsi e fechei (o negócio) para o Flamengo e para o Botafogo".
Leite afirmou que o ``apoio logístico" da Klefer não configura intermediação. Segundo ele, não há necessidade de documentos formais registrando o fato ``porque não há gasto".
Kleber Leite disse acreditar que sua empresa não poderia obter lucro nessa operação ``em hipótese alguma". ``Seria absolutamente antiético que o presidente do Flamengo tivesse um relacionamento comercial com o clube."

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