São Paulo, domingo, 15 de outubro de 1995 |
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Violência é tradição nas torcidas da Croácia
RICARDO SETYON
O entusiasmo e o extremismo dos torcedores locais são conhecidos na Europa, especialmente nos tribunais da Justiça Desportiva. A torcida do Estrela Vermelha tinha, antes da guerra, um lema: acompanhar o time em toda a Europa e no mundo. Em 89, mais de 35 mil iugoslavos viajaram com a equipe desde Belgrado até a Alemanha para um simples jogo de copa européia. O governo croata incita os soldados a seguirem tudo o que acontece no futebol do país. A imprensa age da mesma maneira. ``Torcer para as nossas equipes é um ato de patriotismo", dizia um editorial do jornal ``Sportske Novosti" (notícias esportivas), que nunca vendeu tanto como nos anos de guerra. Dizia um impressionante título na cidade de Petrinja: ``A guerra pode continuar, o nosso povo continuará a lutar e, no futebol, continuaremos a vencer. Este é o destino do povo croata". O fanatismo é tanto que os soldados até ironizam. Dizem que, caso uma equipe croata chegasse hoje a uma final européia, todo o país ficaria perante a televisão. Assim, os sérvios poderiam conquistar Zagreb tranquilamente. O Croatia tem na torcida ``Bad Blue Boys" (os maus garotos azuis) o grupo mais violento. Há dois anos atrás, quase destruiu um estádio numa partida entre o Croatia e o Auxerre da França. Por culpa de seus torcedores, o Croatia foi banido por dois anos de qualquer competição internacional. (RSy) Texto Anterior: `Diáspora' já dura 20 anos Próximo Texto: Soldado-atleta seguia Falcão Índice |
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