São Paulo, domingo, 15 de outubro de 1995
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Advogado de McVeigh acusa EUA de coação

Júri teria sofrido pressão contra suspeito de atentado

DO ``THE INDEPENDENT"

Os advogados de defesa de Timothy McVeigh, o suspeito do atentado em Oklahoma City que deixou 168 mortos em abril, pediram que as acusações contra ele fossem retiradas.
Eles dizem que o júri que o acusou foi intimidado e manipulado pelos promotores.
Stephen Jones, líder da equipe de advogados de defesa, afirmou acreditar que o governo se recusou a garantir pedidos de jurados para examinar provas que poderiam ter apontado uma conspiração maior como responsável pelo ataque.
Um dos membros do júri também teria sido visitado em sua casa por agentes armados do FBI (a polícia federal dos EUA).
Jones disse que um repórter do jornal ``The Daily Oklahoman" esteve em contato com um dos jurados antes das acusações de assassinato e conspiração criminosa serem feitas a McVeigh. Os procedimentos do júri são secretos.
Timothy McVeigh e Terry Nichols foram os únicos acusados pelo atentado com carro-bomba no prédio Alfred P. Murrah, que deixou 168 mortos, dos quais 19 crianças, no dia 19 de abril.
O atentado foi considerado um ato de oposição ao governo dos Estados Unidos, já que o prédio pertencia a ele.
Os advogados de McVeigh também pedem para poder entrevistar o júri federal. Jones disse ter ficado sabendo dos problemas com o júri quando a revista ``Media Bypass" entregou a ele a fita de uma entrevista com um dos membros do júri.
Ele disse que a confidencialidade do júri foi repetidamente quebrada e que influências internas tornaram as acusações ``totalmente cheias de falhas".
``O governo desencorajou os pedidos do grande júri para pedir evidências e levantar perguntas relevantes", dizia a moção dos advogados. ``Com intimidação, coerção e falta de independência, alguns jurados tiveram de contataram a imprensa e advogados para se informar."
Na moção, os advogados dizem que dois homens armados que eles acreditam ser do FBI ameaçaram um jurado em sua casa e pediram um caderno de anotações que tinha sido usado horas antes em procedimentos do grande júri.
``Um dos homens colocou sua arma no cinto de modo que fosse percebida, exigiu o caderno, colocou-o em um envelope escrito `evidência' e devolveu ao jurado no dia seguinte", dizia a moção.

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