São Paulo, segunda-feira, 16 de outubro de 1995
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Ônus semântico

O governador Mário Covas convocou auxiliares no domingo retrasado para um ensaio da solenidade de anúncio de seu programa de privatizações, que aconteceria no dia seguinte. O grupo foi para o auditório do Palácio dos Bandeirantes e lá ficou até meia-noite.
Covas fez questão dos detalhes. O cerimonial precisou mostrar, por exemplo, por onde entraria o presidente Fernando Henrique e como seriam os lugares na mesa.
Depois, o governador pediu que cada um dos secretários fizesse uma apresentação sobre os projetos de sua área. Até que chegou a vez de Plínio Assmann, secretário dos Transportes. Ele começou falando das parcerias com a iniciativa privada nas rodovias e da participação do governo:
- O ônus do Estado...
Covas deu um pulo:
- Não é ônus do Estado! É investimento! A palavra é investimento!
No dia seguinte, todos os que haviam participado do ensaio ouviram atentamente quando Assmann, bom aluno, falou:
- O investimento do Estado...

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