São Paulo, segunda-feira, 16 de outubro de 1995
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Comunista recebe de empresas

DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria farmacêutica bancou parte da campanha do deputado estadual Jamil Murad, do PC do B. O médico nefrologista Murad, 52, foi eleito para segundo mandato com 25.675 votos.
Ao justificar a contribuição, Murad defendeu a coabitação entre capitalistas e comunistas. ``O mundo mudou depois da queda do Muro e alguns setores empresariais nacionais podem participar e conviver com a proposta socialista", disse.
No dia 6 de junho de 1994, quatro empresas farmacêuticas fizeram doações à campanha de Murad. O valor, convertido para real (mais a inflação do período) é baixo: fica em torno de R$ 2.800.
``Fizemos um jantar para vender bônus. Mas não conheço quem são as empresas, porque tudo foi organizado pelo partido", diz Murad, que recebe R$ 2.000 de salário do PC do B. ``Os R$ 6.000 vão todo para o partido e só parte volta."
O motivo das doações, segundo o deputado, é o fato de o PC do B ser um dos mais ferrenhos adversários da Lei de Patentes, que está tramitando no Congresso.
A lei vai regulamentar direitos e deveres da propriedade intelectual de invenções no país. ``As pequenas e médias empresas nacionais estão sendo esmagadas pelo capitalismo internacional", diz.

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