São Paulo, segunda-feira, 16 de outubro de 1995
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Embratel muda para enfrentar concorrência

ELVIRA LOBATO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Embratel, uma das maiores empresas estatais brasileiras, começou a se preparar para a chegada da concorrência privada ao seu mercado, com a derrubada do monopólio estatal das telecomunicações.
Seus investimentos no ano que vem chegarão a US$ 880 milhões, o que significa um aumento de 65% em relação aos US$ 534 milhões que estão sendo investidos neste ano.
Entre os investimentos programados para 96 está a abertura de concorrência para a compra de grandes centrais de trânsito (que fazem as ligações interurbanas e internacionais) para São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Curitiba, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Brasília e Porto Velho.
Segundo o presidente da Embratel, Dílio Penedo, o volume de ligações internacionais cresceu 69% desde o início do Plano Real. Só neste ano, houve um aumento de 43%.
Já está definida também a compra de mais um satélite, o Brasilsat B3, que custará, entre fabricação, lançamento e seguro, cerca de US$ 160 milhões.
O novo satélite será fabricado pela Hughes Aircraft, dos EUA, e lançado pela Arianespace. Segundo Penedo, a estatal já confirmou reserva para lançamento em 1997.
A aquisição de mais um satélite pela Embratel indica que fracassou a intenção do governo de formar um megaconsórcio entre a estatal e os grupos privados interessados na exploração de serviços de satélites no Brasil.
A idéia do superconsórcio foi lançada pelo ministro das Comunicações, Sérgio Motta, mas, segundo Penedo, nenhum grupo privado se manifestou.
Dois grandes consórcios já estão formados para explorar serviços de satélite. O maior deles, para lançamento de três satélites, é o Class, criado pelas Organizações Globo, Bradesco, Odebrecht, Monteiro Aranha, Victori e Matra francesa.
O segundo consórcio é o Localsat, liderado pelo grupo Itamarati (do empresário Olacyr de Moraes), que tem projeto para o lançamento de dois satélites.
Os dois consórcios têm interesse específico no lançamento de satélites com Banda Ku, que permite transmissão de TV paga e de dados para antenas parabólicas do tamanho de uma pizza grande (entre 40 cm e 60 cm de diâmetro).
O novo satélite da Embratel terá a mesma configuração dos demais satélites Brasilsat e não vai competir no segmento de pequenas parabólicas.
A Embratel tem exclusividade nos serviços de longa distância (ligações interurbanas e internacionais) e no uso de satélites, que lhe asseguraram faturamento de US$ 1,6 bilhão no ano passado.
(EL)

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