São Paulo, segunda-feira, 16 de outubro de 1995 |
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Estados Unidos poderão utilizar satélite brasileiro
ELVIRA LOBATO
O satélite está ocioso desde agosto do ano passado, quando foi retirado de sua posição orbital e substituído pelo Brasilsat B1. Segundo o presidente da Embratel, Dílio Penedo, o satélite tem pelo menos mais dois anos de vida útil. Os satélites possuem, em média, dez anos de vida e sua morte é provocada pelo fim do combustível. No caso do satélite A1, ele consumiu menos combustível do que o esperado. Questionado se não houve precipitação no lançamento do Brasilsat B1, Dílio Penedo afirmou que a substituição de um satélite tem de ser decidida com pelo menos cinco anos de antecedência, quando não é possível saber se haverá sobrevida. Há três meses, a Embratel publicou anúncio internacional para aluguel ou venda do Brasilsat A1. A principal interessada, até o momento, é a Hughes Communication, uma empresa norte-americana de comunicação, que quer alugar o satélite. No início da semana passada, a empresa chegou a anunciar o fechamento do contrato com a Embratel, por meio de um comunicado divulgado em Los Angeles. O presidente da estatal disse à Folha que a Hughes se precipitou ao divulgar a informação, porque o contrato não está fechado. Restrições Segundo Dílio Penedo, o governo norte-americano tem restrições ao uso de satélites estrangeiros em seu mercado e o contrato só poderá ser assinado se a Hughes obtiver autorização da Federal Communication Commission, que regula o mercado de telecomunicações nos Estados Unidos. Há, de acordo com Penedo, uma outra barreira para a finalização do negócio: a empresa deverá provar também que a utilização do satélite não vai interferir em frequências da Intelsat. A Hughes Communication é uma divisão do grupo Hughes (controlado pela General Motors), um dos maiores fabricantes mundiais de satélites. Foi a Hughes Aircraft que fabricou os quatro satélites brasileiros (A1, A2, B1 e B2). Segundo o comunicado à imprensa feito pela Hughes Communication, o satélite brasileiro poderá suprir parte da grande demanda por canais de satélite existente hoje nos Estados Unidos. A Hughes calcula que o satélite brasileiro poderá ter uma sobrevida de dois a cinco anos. Desde que foi retirado de sua posição original, o A1 está circulando em uma órbita inclinada e seus sinais só podem ser captados com uso de antenas terrestres de rastreamento. Segundo a Hughes, a posição atual do satélite permite cobertura dos Estados Unidos, América Central e parte do Canadá. Texto Anterior: A intolerância e as reformas Próximo Texto: Embratel muda para enfrentar concorrência Índice |
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