São Paulo, segunda-feira, 16 de outubro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Falta de assunto é a marca do dia das crianças na TV
ESTHER HAMBURGER
A cobertura das festas nos parques da cidade ocupou a reportagem local. O excesso salienta a falta de assunto e a pobreza da maior parte da programação, que com valiosas exceções, não se esforça por sintonizar a especificidade do universo infantil. O insosso ``TV ColOsso" ganhou o horário noturno da ``Terça Nobre", da Globo. Crianças cozinharam em programas culinários. Peças infantis foram o assunto dos talk shows. Na falta de imaginação, o dia foi recheado pelo tradicional pastelão. Bolos voaram na cara de palhaços e apresentadores. Sérgio Malandro encerrou o seu programa ridiculamente melecado de suspiro, ao lado de muitas velinhas. O ``Vídeo Show" também aderiu à data festiva, mostrando uma seleção de infantis antigos da emissora de aguçar a curiosidade. Mostrou também Dina Sfat maravilhosa, no palco de uma peça para crianças. A Semana da Criança da Record trouxe coisas interessantes, como o filme ``A Moto Mágica". Trata-se da luta de um menino e sua moto rebelde contra a intenção de um banco de derrubar a lanchonete frequentada pelos garotos. A história lembra um pouco o livro ``Gênio do Crime", de José Carlos Marinho, onde um garoto desmascara uma quadrilha que atua na área do tráfico de figurinhas. Aliás, o livro daria um ótimo programa infantil. Mas em matéria de infantil a Cultura, mesmo em tempos de reprise, mostra que é a única a buscar originalidade. Além da boa programação cotidiana, o ``Vitrine" abriu espaço para menores carentes operadores de rádio. E a re-exibição do especial do ``Castelo Rá-Tim-Bum" foi seguida do curta ``O Menino, a Favela e as Tampas de Panela". Para conseguir atingir a sutileza que a magia eletrônica pode oferecer às crianças não basta ser oportunista e saturar a televisão de motivos infantis, por ocasião de uma data -que afinal é mais mercadológica do que qualquer outra coisa. E os noticiários mostraram multidões de crianças ao ar livre, lotando os poucos parques da cidade, bem longe da telinha. Texto Anterior: Folha lança coletânea sobre cinema em BH; Jean-Claude Bernardet lança hoje novo livro; Museu de cera em Paris homenageia Schiffer Próximo Texto: Walters procura o ridículo do cinema Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |