São Paulo, segunda-feira, 16 de outubro de 1995 |
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Um século asiático? O fim da Guerra Fria e a decadência econômica dos países do antigo bloco soviético abriram espaço para um novo equilíbrio de forças no mundo. E ainda não está claro qual será. Os elevados gastos militares da China em 94 e a possibilidade de que ela venha a ser uma potência nuclear de alcance global, apontados pelo Instituto Internacional para Estudos Estratégicos, chamam a atenção, mais uma vez, para o gigante asiático. Finda a polarização entre capitalismo e comunismo, o fortalecimento da China parece, entretanto, significar mais para o equilíbrio econômico mundial do que para a disputa ideológica. Talvez a rivalidade entre países volte a ser melhor compreendida nos termos anteriores à tensão Leste-Oeste: interesses conflitantes e eventuais pretensões hegemônicas. É intrigante, nesse sentido, a observação do historiador inglês Eric Hobsbawn de que o conflito ideológico que dominou as atenções no século 20 não gerou nenhum grande confronto armado. Em conferência proferida em agosto na cidade de São Paulo sobre seu novo livro ``A Era dos Extremos", o pesquisador britânico sugeriu mesmo que a tensão entre a Otan e o Pacto de Varsóvia poderá ocupar lugar secundário na leitura que os futuros historiadores farão deste século. O desenvolvimento da China pode ser um dos fatos a dar forma ao próximo século. Sua população é de 1,2 bilhão. Sua economia vem crescendo a taxas próximas de 10% ao ano. E só em 94 o país recebeu US$ 34 bilhões de investimentos externos. Tenha ou não maior relevância militar, a importância do desenvolvimento asiático parece largamente subavaliada no Ocidente. Próximo Texto: Arafat Índice |
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