São Paulo, sexta-feira, 20 de outubro de 1995
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Furtos foram recorde em 94

DA AGÊNCIA FOLHA

O ano de 1994 bateu o recorde em registro de furtos de peças sacras do século passado em Minas Gerais.
A informação foi dada ontem pela diretora de Proteção e Memória do IEPHA (Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico), Ruth Villamarin Soares.
Segundo ela, o IEPHA registrou em 94 o furto de 116 peças de igrejas e museus mineiros. Só cinco foram recuperadas. "O levantamento é feito há dez anos, mas sempre incompleto", afirmou.
Ruth disse que dois grandes furtos ocorreram no ano passado. Em outubro, foram furtadas 38 peças do Museu da Diocese de Oliveira, em Oliveira (MG). Nenhuma delas foi recuperada até hoje.
Em março do ano passado, 28 peças foram roubadas do Museu Regional do Sul de Minas, em Campanha (385 km de Belo Horizonte). Entre elas, havia imagens de madeira policromadas (pintadas de várias cores), peças em prata, ouro e barro cozido.
A diretora do museu, Sandra Regina Lemes, 30, mantém um mural com fotos de 27 das peças furtadas na capela do museu. Cada foto tem a placa de identificação da peça correspondente.
"O objetivo é fazer com que algum turista reconheça algumas das peças e nos dê pistas de seu paradeiro", afirmou. Até hoje, segundo ela, nada foi recuperado.
Ruth Soares, uma das diretoras do IEPHA, define como "histórico" o furto de peças sacras ocorrido em Ouro Preto (MG) no dia 2 de setembro de 1973.
Peças em ouro, prata e pedras preciosas, de "valor incalculável", segundo Ruth, foram furtadas da igreja do Pilar. "A peça mais valiosa foi uma custódia (usada para guardar hóstias) de ouro e prata, pesando 7,1 kg."
O cônego José Feliciano da Costa Simões, pároco da igreja, faz anualmente um protesto pelo desaparecimento das peças: toca os sinos da igreja na data de aniversário do roubo.
Segundo a funcionária Magda Santiago, os sinos tocam às 12h, 15h e 18h, no dia 2 de setembro de todo ano. "É toque fúnebre."

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