São Paulo, sexta-feira, 20 de outubro de 1995
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Diminui ritmo de crescimento de vendas

MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

O crescimento de 11,7% no número de falências requeridas nos primeiros 18 dias de outubro sobre igual período de setembro e a desaceleração do comércio indicam que a recuperação da economia ainda é tênue e incerta.
A avaliação é de Emílio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Segundo ele, a média de consultas diárias ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), termômetro das vendas a prazo, cresceu em outubro 5,3% até a última quarta-feira em relação a igual período de setembro.
Foram registradas 35.781 consultas diárias em outubro, contra 33.975 em setembro.
Nas duas primeiras semanas do mês, no entanto, a venda a prazo crescia em um ritmo mais acelerado, de 10,5%.
As consultas ao Telecheque, que indicam o volume de negócios à vista, também estão perdendo o fôlego.
Até a última quarta-feira, o sistema de consultas recebeu 40.325 ligações diárias, contra 38.457 em igual período de agosto, com alta de 4,9%.
Já até a primeira quinzena de outubro, os negócios à vista estavam 10,6% acima dos do mesmo período de setembro deste ano.
Segundo Alfieri, essa desaceleração é explicada, em parte, pelo fato de a segunda metade do mês ser normalmente mais fraca.
Além disso, nesta quinzena não há uma data especial para o comércio, como foi o Dia das Crianças, na primeira metade do mês.
A Justiça paulista recebeu 17 pedidos de concordata até o dia 18 de outubro. Trata-se de um pedido a menos em relação a igual período de setembro, informa a Associação Comercial.
A empresa em dificuldade financeira pede concordata quando quer que a Justiça lhe conceda um prazo especial para saldar as suas dívidas com os credores.
Segundo Alfieri, outubro deve fechar com o mesmo volume de concordatas requeridas no mês passado.
Em setembro, foram registrados 34 pedidos em São Paulo, de acordo com o levantamento da ACSP.
Para ele, essa pequena queda de 5,6% nos pedidos de concordatas neste mês mostra que a crise não está se agravando, mas também que a recuperação não caminha na velocidade desejada.
"Estamos em uma fase de transição, e a recuperação ainda não está cristalizada", diz.
O número de concordatas deferidas (aprovadas pela Justiça) mais do que dobrou neste mês.
Entre os dias 1º e 18 de outubro, 22 pedidos de concordata foram deferidos, contra nove em igual período de setembro.
O aumento no volume de concordatas deferidas reflete a situação de três meses atrás.
Em julho, houve um repique no número de concordatas requeridas (53). Hoje, a Justiça estaria julgando esses pedidos.
Também as falências decretadas aumentaram neste mês. Até o dia 18, os juízes aprovaram 46 falências, contra 36 em setembro. A alta foi de 27,8%.
(MCh)

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