São Paulo, sexta-feira, 20 de outubro de 1995
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Para polícia, caso 'é coisa pequena'

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia de Ribeirão Preto não vai investigar o caso da "fita do suborno", que envolve o Botafogo, clube mais popular da cidade.
"Pelo que eu li, não detecto nenhum crime cometido", disse o delegado Moisés José Cocito, da Seccional de Ribeirão Preto.
Segundo ele, não é possível abrir um inquérito policial com base numa prova ilícita -isto é, a fita gravada com o ex-juiz Wilson Roberto Catani, suposto intermediário no suborno de juízes.
Ele alega também que ninguém prestou queixa pelo caso.
Para o delegado Romeu Tuma Júnior, ouvido pela Folha, o fato de a fita ser prova ilícita não impede a polícia de investigar o caso.
"Numa cidade com cem homicídios, eu não vou atrás disso. É coisa pequena", disse Cocito.
Ele minimizou as declarações gravadas de Catani. "Ele disse e desdisse. É um safado".
Cocito disse que só abrirá inquérito se lhe trouxeram provas. "Senão, não vou fazer apuração nem determinar que seja feita".
Ele afirmou não ter ouvido a fita com as declarações de Catani e mostrou desconhecer detalhes do caso, como o número do suposto cheque emitido pelo presidente do Botafogo, Laerte Alves.
Mesmo assim, descartou a possibilidade de requisitar uma cópia da fita.

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