São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 1995 |
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Fazendeiros vêem invasão de sem-emprego
GEORGE ALONSO
O Sindicato Rural de Presidente Prudente (SP) considera "preocupante esse aliciamento", que seria promovido pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra). Os fazendeiros aponta também a conivência de autoridades de cidades paranaenses próximas ao rio Paranapanema, que marca a divisa entre os dois Estados. Para o sindicato, os prefeitos estão se livrando da mendicância, e o MST, por sua vez, arrebanha mais gente para ocupar outras terras na região da Alta Sorocabana. Segundo Célio Romero de Souza, vice-presidente do sindicato, os acampamentos dos sem-terra do Pontal estão aglutinando essa suposta "legião de exportados". "O MST tem feito cadastramento aberto em cidades como Nova Londrina e Itaguajé. Há até gente de Rondônia, depois que a boca esquentou por lá", disse Joel Amaro Mascarenhas, outro diretor do sindicato. O MST José Rainha Jr., um dos líderes do MST, reconhece que, de fato, há muitos trabalhadores rurais do Paraná nos acampamentos, mas desmentiu o aliciamento do MST. "O que há é muita miséria. É natural que as pessoas corram para São Paulo em busca de terra, porque o assunto está em evidência no Estado", disse ele. Rainha está se referindo ao, por enquanto, pequeno acampamento de sem-terra à beira de estrada que passa junto à fazenda São Domingos e à usina hidrelétrica de Taquaruçu (Cesp) -área que chegou a ser invadida e desocupada de forma pacífica há três semanas. Rainha quer transformar os barracões abandonados da usina em uma nova escola agrícola. Segundo o MST, a cada dia, até dez novas famílias chegam nesse novo acampamento. O cadastramento dos recém-chegados está sendo feito em uma guarita da usina. Texto Anterior: "Justiça poderá ficar inviável" Próximo Texto: Para produtor, Incra incentiva desrespeito à lei Índice |
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