São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 1995
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Tucano quer 'matriz energética sul-americana'

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE NOVA YORK

O Brasil pretende utilizar o que o presidente Fernando Henrique Cardoso chamou ontem de "matriz energética sul-americana": petróleo da Venezuela e da Argentina, gás da Bolívia e do Peru e carvão da Colômbia.
Ele expôs essa idéia a seu colega venezuelano, Rafael Caldera, em encontro na manhã de ontem na Organização das Nações Unidas em Nova York.
Fernando Henrique também convidou a Venezuela para iniciar conversações para uma possível adesão ao Mercosul.
O presidente brasileiro disse estar vendo com satisfação "o fato de que a Venezuela está se voltando mais para a América do Sul" nos últimos anos.
Caldera sugeriu que os dois países estudem a possibilidade da integração hidroviária do subcontinente para ligar, no futuro, a bacia do Prata ao Caribe.
Ele também pediu ao presidente brasileiro que fizesse uma explanação sobre o Plano Real. A maior parte do encontro entre os dois foi dedicada a esse tema.
Caldera disse que o Real é um exemplo que se destaca entre os diversos planos de estabilização econômica recentemente adotados no mundo e que a Venezuela o examina com grande interesse.
Antes de falar com Caldera, Fernando Henrique Cardoso se encontrou com o presidente da Guiana, Cheddl Jagan.
Jagan pediu que FHC desse mais atenção às relações do Brasil com a Guiana, que, segundo ele, foram mais importantes há 20 anos do que são agora, e sugeriu que o Brasil investisse em estradas que ligassem os dois países.
FHC explicou que o Brasil atravessa período de dificuldade para grandes investimentos de infra-estrutura, mas prometeu dar atenção aos pedidos de Jagan.
Todos os encontros de FHC durante a reunião da ONU estão sendo feitos a pedido dos chefes de Estado ou de governo de outros países.
(CELS)

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