São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 1995 |
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Morador teme queda da qualidade de vida
CLAUDIO AUGUSTO
"Estamos muito preocupados. A Faria Lima vai se tornar uma alternativa de tráfego à marginal", afirmou o representante comercial Flamínio Ferreira Camargo Neto, presidente da Sociedade dos Amigos do Alto de Pinheiros. Para ele, a valorização dos imóveis na região da Faria Lima não serve de consolo aos moradores do bairro. "Interessa é o meu conforto, o meu estilo de vida. Não me interessa se o terreno vale mais." Para o professor universitário Adilson Citelli, do Movimento Pinheiros Vivo, o argumento da valorização dos terrenos é "o típico raciocínio tecnocrático". Ele também acha que o Alto de Pinheiros está ameaçado pelo prolongamento da Faria Lima, da mesma forma como Pinheiros está. "O sujeito nasce ali, vive em um lugar por 40 ou 50 anos. Para a gente, é dramático ver desaparecer esses lugares", disse Citelli. Na linguagem dos técnicos, essa expressão significa o trânsito de veículos que corta um bairro para chegar a outro lugar. "O problema é que a obra da Faria Lima não leva em conta um plano estratégico para a cidade", disse Nabil Bonduki. "Vai começar a pressão para que a Pedroso de Morais seja transformada em corredor comercial, vai começar a pressão imobiliária sobre o Alto de Pinheiros", afirmou o arquiteto. O primeiro passo para mudar o zoneamento de uma área, segundo ele, é fazer uma avenida. (CA) Texto Anterior: Desapropriados têm crítica à prefeitura Próximo Texto: Secretário rebate crítica Índice |
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