São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 1995 |
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Bispo quer manter as ruínas de igreja Sumio Takatsu tentou evitar demolição CLAUDIO AUGUSTO
No dia 11 de janeiro deste ano, parte dos 150 membros da comunidade da paróquia de São João tentou impedir que a igreja e uma construção dos anos 30 fossem demolidas pela prefeitura. Não adiantou. Uma das paredes da igreja ficou de pé. Os religiosos decidiram deixá-la assim, como um "símbolo religioso" da comunidade cristã. "Essa parte histórica pesa. Vejo o futuro nessa direção. Permanecer aqui", contou Takatsu, nascido no Japão e naturalizado brasileiro. "Entre as igrejas cristãs japonesas, essa é a mais antiga do Brasil", disse o bispo, que representa a terceira geração de religiosos anglicanos japoneses no Brasil. "Desenvolvemos um serviço à comunidade. A igreja permanecerá aqui", disse Takatsu. "Queremos servir ao Evangelho e ao bairro." A desapropriação, pela qual a igreja ainda não teria sido indenizada, tirou dois terços do terreno original que a comunidade episcopal anglicana ocupava desde 1933. Agora, os cultos dominicais -celebrados às 9h em japonês e às 10h30 em português- são realizados em um espaço que antes era utilizado para trabalhos sociais. Segundo o bispo, já aposentado, a igreja não se arrepende de ter se aliado ao Movimento Pinheiros Vivo na resistência ao projeto de extensão da avenida Faria Lima. O último produto da associação entre os religiosos e os militantes do movimento é uma exposição que, a um só tempo, conta a história da igreja e do bairro. "Memória é muito importante", disse o bispo Sumio Takatsu. (CA) Texto Anterior: Secretário rebate crítica Próximo Texto: Comerciante atira de prédio e mata mulher Índice |
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