São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 1995
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Interesse público

JUCA KFOURI
INTERESSE PÚBLICO

A boa regra do jornalismo manda noticiar tudo que for do interesse público, o que é diferente de imprimir notícias que sejam apenas de interesse do público.
A coluna se viu diante dessa questão e resolveu que a crise conjugal do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, é de interesse público porque envolve a filha do presidente da Fifa, João Havelange, responsável pela entrada do genro no mundo do futebol. Daí a coluna ter publicado três notas a respeito da possível separação entre Ricardo Teixeira e Lúcia Havelange. Duas sobre a crise conjugal e uma sobre as negociações para superá-la.
Agora, a coluna se vê diante de uma situação muito mais delicada. A pivô da possível separação -que traria consequências óbvias para o futuro do futebol brasileiro-, morreu num acidente de automóvel no último dia 12 de outubro, na estrada que liga Miami a Orlando. Ela teria dormido ao volante, capotado três vezes e caído num lago à beira da estrada. Atendida, faleceu na ambulância.
O presidente da CBF estava com ela, algo que a família da jovem nega, mas que os amigos íntimos confirmam detalhadamente, ressalvando que Teixeira prestou toda a ajuda necessária, embora buscando não se envolver publicamente com o episódio.
Com ferimentos leves, a informação colhida na própria CBF dá conta de que Ricardo Teixeira está na casa de sua filha, Joana, em San Diego, na Califórnia.
O corpo da jovem foi enterrado sábado, no Rio de Janeiro, e seu nome, rigorosamente, não vem ao caso. Que desdobramentos mais esse episódio terá só o futuro dirá. Mas o registro do fato precisava ser feito.

Carlos Facchina Nunes bancou o avestruz porque sabia que seu nome estava citado na fita do suborno ou porque sabia que seu nome estava citado na fita do suborno bancou o avestruz?
A pergunta se impõe porque Facchina tem bons serviços prestados ao futebol. Lutou como poucos para a aprovação do projeto original da Lei Zico e foi quem abriu a porta para o acordo Palmeiras-Parmalat.
Entre seus pecados, perseguiu o jornalista Flávio Prado quando este trabalhava na Rede Bandeirantes e, depois, ao lado do ex-presidente do São Paulo, Mesquita Pimenta, estranhamente passou a defender com unhas e dentes a gestão de Eduardo Farah à frente da FPF, até virar vice-presidente. Terá sofrido uma 'fachina' cerebral?

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