São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 1995 |
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Árbitro diz ter dossiê sobre suspeito da 'fita do suborno'
MARCELO DAMATO; RODRIGO BERTOLOTTO
Corrêa, 36, afirma que desde 1982 vem montando um arquivo sobre os supostos escândalos de arbitragem no futebol. Esse arquivo é feito com base em recortes de jornal. São 22 volumes. Desde 1989, Corrêa faz também um levantamento da escala de árbitros do Campeonato Paulista. Há dois anos, passou a fazer o mesmo no Campeonato Brasileiro. Corrêa, formado no curso de sargentos da Aeronáutica, afirma ter confiança na inocência dos juízes Marcos Fábio Spironelli e Dionísio Roberto Domingos, citados por Catani como membros do esquema de corrupção. "Eles estão sofrendo muita pressão. São professores e são respeitados. O Dionísio é meu amigo desde a infância. Fizemos juntos o curso de sargentos da Aeronáutica (em Guaratinguetá)", argumenta. Domingos é hoje professor da escola de sargentos e Corrêa mora em São Paulo. Sobre Catani, Corrêa afirma "ter ouvido várias histórias", mas nada que fosse provado. Muitos desses casos chegaram aos jornais. "Levei uma hora coletando reportagens arquivadas a partir de 1988 que citavam o Catani. São matérias sobre o afastamento dele do quadro de árbitros." Wilson Roberto Catani revelou um suposto esquema de "compra" de resultado em uma série de ligações com o repórter Alexandre Reis, que se fez passar por um fictício membro da oposição do Botafogo de Ribeirão Preto. Na conversa entre os dois, Catani afirma que clubes como o Botafogo-SP, Corinthians, Botafogo-RJ e Bangu usaram os seus serviços. O dossiê Catani vai ser divulgado para a imprensa na próxima semana. Ele foi entregue por Corrêa a Marcos Fábio Spironelli O juiz, que no Campeonato Brasileiro atua como bandeirinha, afirma que os valores citados na fita são inverossímeis. "Um juiz como o Dionísio ganha na Série A-2 R$ 600,00 por jogo. Você acha que alguém iria se vender por R$ 2.000, como aparece na fita?" Texto Anterior: Notas Próximo Texto: Advogado pode deixar ex-juiz Índice |
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