São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 1995
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Cidadania é uma pergunta

PIVETE
ESPECIAL PARA A FOLHA

Quando ando pelo meu bairro, periferia, onde São Paulo acaba, penso o que cidadania poderia ser: alguma coisa que não existe, ou alguma coisa que passa bem longe daqui.
E, se vejo a matança no fim-de-semana, pais totalmente bêbados, mães irresponsáveis, crianças sem futuro, o medo, o silêncio, a descrença.
E, se vejo miséria, favela, ruas sem asfalto, sem luz, falta de hospitais, falta de escola, falta de creches, falta de oportunidades, falta de consciência, falta de respeito.
E, se procuro dignidade, igualdade, direitos, deveres, valorização do ser humano (palavras bonitas em uma redação para a escola, que nem sempre funcionam).
Com tudo isso que penso, vejo, procuro, quando ando pelo meu bairro, periferia, onde São Paulo acaba, penso que cidadania pode ser uma pergunta: quando?

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