São Paulo, terça-feira, 24 de outubro de 1995
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FHC pede ações concretas a governantes

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem à assembléia geral da ONU (Organização das Nações Unidas) que "a linha entre a convicção e a hipocrisia é muito tênue" e concitou todos os países "a passarem das palavras para as ações".
"Às vezes as palavras, por mais que entusiasmem, não são seguidas de ações", afirmou FHC, em um dos três acréscimos que fez de improviso ao texto original de seu discurso.
Mais tarde, o presidente esclareceu a jornalistas brasileiros que ele não estava se referindo aos pagamentos atrasados que vários países têm com a ONU: "Não estava fazendo uma cobrança de dinheiro, mas sim de ação política, de ação prática para melhorar o mundo."
EUA, Rússia e Ucrânia são os três países com maiores débitos com a ONU. O Brasil está com seus pagamentos em dia.
O discurso de FHC, como os de todos os demais chefes de Estado presentes à reunião da assembléia geral da ONU comemorativa dos 50 anos da entidade, teve duração de cinco minutos.
A única exceção à regra dos cinco minutos foi feita para o anfitrião, Bill Clinton, dos EUA, que falou por quase meia hora no domingo. Mesmo o presidente de Cuba, Fidel Castro, famoso por seus longos discursos, se limitou aos cinco minutos regulamentares.
Outro trecho que FHC introduziu de improviso ao seu texto original foi a referência ao envio de tropas do Brasil para a Europa na Segunda Guerra Mundial, "para lutar pela liberdade e pela democracia".
FHC conversou ontem com os primeiros-ministros do Reino Unido, John Major, da Suécia, Ingvar Carlsson, e de Cingapura, Goh Chok Tong, e com o presidente da França, Jacques Chirac.
O encontro com Major foi o mais rápido e serviu apenas para o primeiro-ministro transmitir ao presidente o convite da rainha Elizabeth 2ª para que ele visite o Reino Unido.
Carlsson foi convidado por FHC para visitar o Brasil e mostrou muito interesse em conhecer detalhes do Plano Real.
Ele também participou de reunião do "Grupo dos 16" países pequenos e grandes de todos os continentes que foi formado para enfatizar a necessidade de usar o cinquentenário da ONU como oportunidade para a "renovação e adaptação do sistema multilateral global".

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