São Paulo, terça-feira, 24 de outubro de 1995 |
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Caixa, BB e BNB discutem greve hoje
CRISTIANE PERINI LUCCHESI
No caso da CEF, com 60 mil funcionários, o indicativo da executiva nacional (liderança dos bancários, ligada à CUT) é fazer paralisação por tempo indeterminado. No BB, com 91 mil funcionários, a idéia é parar por 24 horas. Os bancários querem o mesmo percentual de reajuste concedido à categoria pelos bancos privados: 30%. Querem também o abono de 72% mais R$ 200 fixos a título de participação nos lucros, que será pago pelos bancos particulares. "O Banco do Brasil publicou prejuízo de R$ 2 bilhões no primeiro semestre deste ano. Mas nós sabemos que o resultado se deve mais às manobras contábeis e ao gerenciamento governamental do que ao desempenho operacional do banco", afirmou o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ricardo Berzoini. As direções do BB, CEF e BNB oferecem 20,94%, o percentual mínimo de reajuste garantido pela lei. As lideranças bancárias tentavam contatos junto aos parlamentares do Congresso Nacional para buscar uma saída para o impasse. Não há negociações marcadas até amanhã, e a possibilidade de paralisação é grande, principalmente na CEF, segundo Berzoini. "Não queríamos a greve. Preferíamos negociar. Mas parece que não há disposição nesse sentido." Ele disse ter tentado ontem, em vão, contatos com os presidentes da CEF, Sérgio Cutolo, e do BB, Paulo César Ximenes. Com a CEF, a próxima negociação marcada é no dia 30. A Folha procurou a empresa ontem, mas o único autorizado a falar sobre o assunto, segundo a assessoria de imprensa da CEF, estava em reunião. No caso do BB, a direção considera que não haverá paralisação amanhã. Segundo o banco, não há razão para a greve, pois cabe à Justiça definir qual o reajuste a ser aplicado. O BB ajuizou o dissídio e a audiência de conciliação está marcada para o dia 10. No dia 18 deste mês, os funcionários da CEF fizeram greve nacional de advertência de 24 horas e os do BB pararam somente na cidade de São Paulo. Os bancários têm data-base em setembro. Ontem, o Banespa aceitou pagar o reajuste de 30%. "Mas nós vamos continuar insistindo para que eles paguem o abono de participação nos lucros, como manda a lei", disse Berzoini. Texto Anterior: Acordo pode custar R$ 2,4 bi em dois anos Próximo Texto: Metalúrgicos vão aumentar mobilização e podem parar Índice |
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