São Paulo, terça-feira, 24 de outubro de 1995 |
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PFL conquista voto de Roberto Magalhães
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA A cúpula do PFL anunciou ontem à noite que conseguiu convencer o deputado Roberto Magalhães (PFL-PE), presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, a votar a favor do governo na proposta de reforma administrativa.A operação de convencimento de Magalhães envolveu o vice-presidente Marco Maciel (PFL-PE), o líder do partido na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), e o presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA). O argumento para convencer Magalhães foi o acordo fechado ontem entre os líderes dos partidos governistas e o ministro Bresser Pereira (Administração e Reforma do Estado). O governo prometeu incluir, durante a discussão na comissão especial, critérios para as demissões por excesso de quadro, item que Magalhães considerou inconstitucional na proposta original. "Agora não há inconstitucionalidades e Roberto Magalhães poderá votar a favor da proposta do governo", disse Inocêncio. Magalhães se disse convencido em um telefonema ontem à noite, segundo pefelistas. No gabinete da presidência da Câmara, Inocêncio conversou com Magalhães enquanto Luís Eduardo acompanhava o diálogo em outro aparelho. A Folha não conseguiu encontrar Magalhães depois de a cúpula do partido anunciar sua mudança de posição. Magalhães passou o dia de ontem reafirmando sua disposição de votar contra o fim da estabilidade dos servidores públicos. Chegou a dizer que preferia ser destituído da comissão a se abster da votação prevista para hoje. "Bode" O líder do PFL na Câmara, deputado Inocêncio Oliveira (PE), afirmou ontem que não passou de um "bode" a proposta de alteração da reforma administrativa que aumenta ainda mais a estabilidade do funcionalismo público. "Foi um bode, o PFL não quer ampliar a estabilidade, foi só uma forma para conseguir abrir a negociação em torno do assunto", disse Inocêncio antes de reunião com Bresser Pereira. A expressão "bode" designa dispositivo que é colocado num projeto para dar margem a negociação. Neste caso, a vítima do "bode" foi o presidente Fernando Henrique Cardoso, segundo expressão do próprio líder pefelista. O dispositivo foi levado para a análise do presidente na última quinta-feira. Texto Anterior: Pefelistas pressionam rebeldes Próximo Texto: Petista envia programa de FHC Índice |
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