São Paulo, terça-feira, 24 de outubro de 1995
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Sessão de choques e agressões durou duas horas

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O comerciante Messias Francisco de Souza e a professora Dirce Maria Anacleto teriam sido torturados por cerca de duas horas -das 14h às 16h- pelos PMs.
Segundo o casal, enquanto Dirce era mantida no térreo do sobrado, onde apanhava com socos e pontapés, Souza era levado pelos policiais ao primeiro andar.
Ele teria apanhado no banheiro com socos, pauladas e chutes. Mandaram que ele lavasse o rosto.
Envolveram seus dedos com fios elétricos, segundo o comerciante. Conectaram os fios por alguns segundos no chuveiro para que ele recebesse os choques.
"Eles queriam que eu confessasse. No meio da noite, os PMs levaram o casal ao DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) sob a alegação de que Souza era procurado pela Justiça.
Souza foi acusado na década de 70 de tentar matar uma ex-mulher em Itabuna (BA). Mesmo com o processo encerrado (foi condenado a um ano de prisão, cumprido em liberdade), sua ficha ainda diz que ele está sendo procurado.
"Disseram que, se eu contasse algo ao delegado, voltariam para terminar o serviço." O DHPP mandou o casal fazer um exame para constatar as lesões e avisou a Corregedoria da PM. Ontem, o casal depôs no 49º DP, que vai apurar o caso.
(MG)

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