São Paulo, terça-feira, 24 de outubro de 1995 |
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The Kosh utiliza a dança para 'capturar' o público
ANA FRANCISCA PONZIO
Grupo: The Kosh Quando: hoje e amanhã, às 21h Onde: teatro Ruth Escobar, sala Dina Sfat (r. dos Ingleses, 209, tel. 011/289-2358) Ingressos: R$ 20 O grupo teatral britânico The Kosh, que estréia hoje no 5º Festival Internacional de Artes Cênicas, vale-se de habilidades físicas, especialmente a dança, para estabelecer uma comunicação direta com o público. "A sociedade contemporânea possui a tendência elitista de intelectualizar tudo. Com isso, estamos perdendo a espontaneidade natural, colocando em perigo as manifestações populares", afirma Michael Merwitzer, diretor do grupo, fundado em 1982. Disposto a criar uma linguagem acessível, Merwitzer buscou inspiração no "music hall", entretenimento de massa que floresceu na Grã-Bretanha, quando ainda não existiam cinema nem TV. Apresentando shows de variedades, o music hall reunia atores, bailarinos, acrobatas, comediantes. "Estamos interessados no subtexto da linguagem do corpo, em oposição ao conteúdo das palavras", ele acrescenta. O tratamento cênico das peças do grupo estabelece elos com a cultura contemporânea. Na peça "Endangered Species" (Espécies em Extinção), que será mostrada em São Paulo, música e figurinos transmitem a ambiguidade capaz de situar a história tanto no passado quanto no presente. "Na trilha musical há, por exemplo, canções que remetem aos antigos shows de variedades se contrapondo a peças muito modernas, às vezes minimalistas." A comédia "Endangered Species" conta com dois intérpretes: a bailarina e coreógrafa Siân Willians e o ator Mark Hopkins. O tema é a desintegração da relação entre homem e mulher. "É assim no mundo todo: o homem pensa alto, corre atrás de suas ilusões, enquanto a mulher acaba se transformando em burro de carga", salienta Merwitzer. Texto Anterior: Mostra traz utilitários em pedra-sabão Próximo Texto: Paz e amor marcam estréia de Fernando Figueiredo Índice |
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