São Paulo, terça-feira, 24 de outubro de 1995
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Manifestantes pró e contra Cuba fazem 'guerra'

DANIELA FALCÃO
DE NOVA YORK

A reunião de 180 líderes mundiais de uma só vez transformou Nova York no cenário ideal para manifestações públicas.
O palco predileto dos manifestantes é a calçada em frente à ONU. Há gente vinda de todos os lugares. Ontem havia grupos protestando contra sete países: França, China, Sri Lanka, Japão, Zaire, Tibete e Cuba.
O presidente de Cuba, Fidel Castro, transformado em estrela principal da festa, é o pivô da maioria dos atos. Há tantos manifestantes contra Fidel quanto a favor, e eles seguem o presidente cubano por todas as partes.
Anteontem à noite, enquanto Fidel falava na Igreja Batista do Harlem, os dois grupos permaneceram do lado de fora competindo para ver quem gritava mais alto.
Os manifestantes pró-Fidel eram de várias nacionalidades, enquanto a maioria dos anticastritas era cubana.
"Faço parte de um grupo de 30 cubanos que veio de Miami só para protestar contra Fidel Castro. Ele é um ditador que mantém milhares de presos políticos. Essas pessoas (pró-Fidel) não são de Cuba e só gostam dele porque ele está longe", disse à Folha a relações públicas Adela Della Campa, 49, que se mudou para os EUA em 1960.
Já a também cubana Berta Luis, 30, que vive em Nova York há 14 anos e está atualmente desempregada, defende Fidel.
"Esses cubanos que estão protestando contra Fidel são ricos privilegiados. Basta olhar como estão vestidos. Eles não deveriam nem ter saído de Miami. Eu vim para os EUA porque quis, mas continuo amando Fidel", disse Berta.
Entre os que apoiavam o líder cubano havia um grupo de brasileiros que afirmava fazer parte do Movimento Negro Brasileiro.
"Queria muito ter entrado para ver Fidel falar. Mas estou feliz de ter vindo aqui para dar meu apoio", disse o estudante de economia Paulo Duarte, 40, que mora há dez anos em Nova York.
(DF)

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