São Paulo, terça-feira, 24 de outubro de 1995
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Major e Menem evitam discutir Malvinas

DANIELA FALCÃO
DE NOVA YORK

A questão da soberania sobre as ilhas Malvinas não foi levantada no primeiro encontro entre os governantes de Argentina e Reino Unido desde a guerra de 1982. O argentino Carlos Menem e o britânico John Major se reuniram ontem à tarde em Nova York.
O encontro no United Nations Hotel (o hotel da ONU), onde Major está hospedado, foi a primeira reunião entre líderes dos dois países desde o fim da Guerra das Malvinas.
Ao fim do encontro, Menem afirmou que estava muito satisfeito por voltar a dialogar com o governo britânico.
"Estamos comemorando os 50 anos da ONU. É hora de deixar as rivalidades de lado", afirmou.
Ele disse ter aceitado um convite para ir a Londres no ano que vem. Menem também convidou Major a visitar Buenos Aires. O chanceler argentino, Guido Di Tella, confirmou a viagem de Menem ao Reino Unido em 1996.
Di Tella disse também que novas reuniões como a de ontem devem ocorrer possivelmente antes do fim deste ano.
Em sua campanha à reeleição, em maio deste ano, Menem havia prometido tentar retornar o controle das ilhas pela via diplomática.
As Malvinas, segundo os argentinos (ou Falklands, como as ilhas são chamadas pelos britânicos) ficam no Atlântico Sul, na altura da costa da Argentina, mas há 163 anos estão sob domínio do Reino Unido.
Em setembro último, os governos britânico e argentino assinaram acordo de cooperação para exploração de reservas de petróleo localizadas em águas internacionais em torno do arquipélago. Os dois países restabeleceram relações diplomáticas em 1990.
Apesar de ter perdido a guerra pelo domínio do arquipélago há 13 anos, a Argentina continua a reivindicar soberania sobre a região, rica em reservas submarinas de petróleo.
Antes do encontro com Menem, Major falou aos membros da Assembléia Geral da ONU. Seu discurso foi um dos mais polêmicos do dia. Ele criticou os países que não pagam em dia o que devem à Organização das Nações Unidas.

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