São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 1995
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Senado quer embaixada dos EUA em Jerusalém

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Congresso norte-americano aprovou a transferência da embaixada do país de Tel Aviv para Jerusalém. A decisão tem importância política porque favorece o desejo de Israel de oficializar Jerusalém com sua capital.
Ao mesmo tempo, os palestinos querem que a parte leste da cidade (chamada Jerusalém Oriental) seja a capital de um futuro Estado palestino.
Até 1967, Jerusalém era dividida entre Israel e a Jordânia. Naquele ano, os israelenses ocuparam a Cisjordânia -inclusive Jerusalém Oriental.
O Congresso americano demonstrou ter percebido que a questão é delicada: fixou a transferência apenas para 1999 e deu ao presidente Bill Clinton (que não tem maioria no Congresso) o poder de adiar por até seis meses a transferência, "para proteger os interesses da segurança nacional dos EUA".
Os senadores temiam que, se a transferência fosse ordenada imediatamente, o presidente Clinton vetaria a decisão.
As embaixadas são o órgão máximo de representação do governo de um país junto a outro e por isso ficam nas capitais (diferentemente dos consulados, que podem ficar em qualquer cidade).
A maioria das embaixadas em Israel fica em Tel Aviv -como a brasileira, por exemplo. A ONU não reconhece Jerusalém como capital de Israel.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Shimon Peres, demonstrou satisfação com a medida: "Se há algo que une os israelenses é a idéia de uma Jerusalém unida como nossa capital", disse.
"A mudança pode ferir gravemente -ou mesmo interromper- o processo de paz", protestou Faisal al Husseini, o responsável da Organização para a Libertação da Palestina para a negociação do status de Jerusalém.

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