São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 1995
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Esclarecimento; Carandiru; Moradia popular; Homônimo; A culpa do mamão; Conto de fadas; Sem rótulos; Tolerância; Diagnóstico preciso; Agressão à santa

Esclarecimento
"Em relação à reportagem intitulada 'Rainha mora de graça em casa do governo', publicada na edição de 22/10 da Folha à pág. 1-12, assinada pelo jornalista George Alonso, gostaria de esclarecer que o deputado Mauro Bragato, do PSDB, equivoca-se ao dizer que dei aval ao processo no qual o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), José Rainha Júnior, acabou por conseguir morar, de graça, em uma moradia pertencente à Cesp em Teodoro Sampaio. Antes de mais nada, desejaria esclarecer que tomei conhecimento do fato somente agora, com a publicação da reportagem pela Folha. Desconhecia, até então, qualquer iniciativa para que o líder dos sem-terra, José Rainha Júnior, morasse em casa de um órgão do governo sem nada pagar. Mas, ao que consta na reportagem do jornalista George Alonso, a cessão da casa da Cesp ao líder do MST foi determinada pela direção regional da estatal depois de ter recebido correspondência do deputado Mauro Bragato, com a intervenção do ex-prefeito de Teodoro Sampaio. Jamais, em tempo algum, me foi pedido aval para que a autorização fosse dada pela direção da Cesp. De qualquer forma, entendo que não é papel de uma estatal ceder seus bens para abrigar líderes de quaisquer movimentos. E falo com a autoridade de quem assentou 972 famílias no Pontal do Paranapanema."
Luiz Antonio Fleury Filho, ex-governador do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Carandiru
"O editorial de 20/10 'Carandiru e Dante' merece o nosso aplauso e integral apoio. Realmente, a política penal do Brasil, baseada no aprisionamento indiscriminado, está levando o sistema penitenciário ao caos em razão da superlotação, transformando os distritos policiais em estabelecimentos penitenciários e os delegados em carcereiros, em prejuízo da população e sua segurança. Preocupado com a grave situação, o governo do Estado, através da Secretaria da Administração Penitenciária, com a colaboração dos professores Miguel Reale Junior e Damásio Evangelista de Jesus, está elaborando sugestões de reforma legislativa e medidas emergenciais ao poder central, para que se confira ênfase maior às penas alternativas e se reservem as prisões aos presos criminosos de intensa perigosidade, que requerem efetivamente a medida segregativa. O esgotamento da capacidade de investimento do Estado brasileiro não lhe permite a edificação aleatória de novos estabelecimentos penitenciários, de vez que é preciso dar atenção prioritária às políticas sociais públicas, mormente nas áreas da educação e saúde. Enfim, no tocante ao complexo do Carandiru, estamos desenvolvendo ingentes esforços no sentido de desativá-lo, por meio de um projeto de parceria com a iniciativa privada para a geração de vagas prisionais, paralelamente a um processo de permuta imobiliária. O sucesso do empreendimento implicará em verdadeira revolução urbanística e penitenciária, porquanto a superpopulação e a consequente promiscuidade carcerária ali existentes contrariam e inviabilizam a Lei de Execução Penal e as regras mínimas da ONU para o tratamento dos reclusos, além de ferirem o mais elementar bom senso."
João Benedicto de Azevedo Marques, secretário da Administração Penitenciária (São Paulo, SP)

Moradia popular
"No dia 3/9 li a reportagem 'Fundação constrói casas em 42 países', referindo-se à coluna de perguntas e respostas do ex-presidente dos EUA Jimmy Carter. Gostaria de dar maiores informações com respeito à pergunta ali expressa: 'O que é Habitat for Humanity e qual seu envolvimento nisso?'. Habitat para a Humanidade é uma entidade cristã, sem fins lucrativos, não-governamental, que trabalha junto às famílias de baixa renda. Seu princípio de trabalho é envolver pessoas representantes de todos os setores da comunidade, buscando formar um comitê local, o qual gerencia o Programa de Moradia Habitat. As famílias beneficiárias pagam o custo da casa sem juros e sem lucro para a entidade, em um período máximo de 20 anos. O modelo da casa, o valor das prestações para repor o custo da construção, os regulamentos e gerenciamento do programa são discutidos com as famílias selecionadas."
Izary Lizias, coordenador nacional da Habitat para a Humanidade (Belo Horizonte, MG)

Homônimo
"Reporto-me à reportagem 'Receita investiga esquema de corrupção', publicada na Folha de 17/10, que se refere ao nome de um certo 'fiscal Alfredo' como suposto contato de Carlos Tadeu Botelho de Souza na Receita Federal. Tal referência, por tão conceituado diário, teve por consequência indevidas associações com a pessoa do auditor-fiscal do Tesouro Nacional Alfredo da Silva Lana, matrícula 3.002.647-4, único servidor da delegacia da Receita Federal em Brasília com esse primeiro nome. O auditor-fiscal Alfredo Lana é pessoa digna e serve à Administração Tributária há mais de dez anos, sempre comprometido com os melhores princípios que devem nortear o exercício de qualquer função pública. Nada tem a ver com as irregularidades objeto da reportagem jornalística e que estão em processo de apuração."
Antônio Carlos Guimarães, superintendente regional da Receita Federal (Brasília, DF)

A culpa do mamão
"Quem diria, o mamão é a causa da inflação no país. Como o preço caiu, causou deflação, como afirmou o diretor do Departamento de Índices da FGV. Na cesta básica deve constar mamão e eu, que nunca como mamão porque meu orçamento não permite, não sabia que estava dentro das minhas condições financeiras. Quero fazer um apelo: brasileiros, não vamos consumir mamão. Assim o seu preço cai mais e a inflação deixa de existir."
Benedito Vitor Morgado (Taubaté, SP)

Conto de fadas
"Tudo bem. Acredito que não haverá 'demissão política' caso passe o projeto de reforma administrativa do sr. Bresser. Acredito também em Papai Noel, no Saci Pererê, fadas, bruxas, mulas sem-cabeça, duendes..."
Edson Lopes Libânio (Baependi, MG)

Sem rótulos
"Preocupa uma Barbara Gancia publicar um artigo tão contraditório como o 'Garoupa é...'. Ela deveria escrever os mandamentos que contivessem os itens para que as pessoas pudessem andar nas ruas e não serem rotuladas e desrespeitadas no jornal."
Clotilde Della Nina (São Paulo, SP)

Tolerância
"Que bela lição de humanismo o artigo 'Tolerar a intolerância' (Folha, 6/10), de Hélio Schwartsman. 'A melhor arma contra a intolerância é a consolidação da tolerância'. É isso aí, pacato cidadão. Shalom!"
Nicodemus Pessoa (São Paulo, SP)

Diagnóstico preciso
"Excelente, honesto, profundo e oportuno -eis os qualificativos para o artigo 'Implosão catastrófica', do empresário Antonio Ermírio de Moraes (15/10)."
José Aquino Porto, presidente da Fieg -Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Goiânia, GO)

Agressão à santa
"Ao ler na Folha o relato de um ato irresponsável, grosseiro e tresloucado fiquei chocada com as palavras de baixo nível ditas por um indivíduo em desespero de causa, tentando nivelar a Santa Igreja Católica, Apostólica, Romana à seita a que pertence. A religião que ele chama de 'uma farsa' está atingindo dois milênios e continua imutável e cada vez mais viva."
M. Lourdes Almeida Contrucci (Assis, SP)

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